
Danos na rede de iluminação publica, causados pelo ciclone "Freddy" em Quelimane capital da província da Zambézia.
Nampula: INGD simula ciclone em Angoche considerada zona de desastres climáticos de alto risco
Angoche, (Moçambique), 05 Jun (AIM) – “Abibo” é o nome porque foi baptizado um ciclone fictício que atingiria a costa sul do distrito de Angoche, na nortenha província de Nampula, para um exercício de simulação, organizado pelo Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres, (INGD).
A escolha desta zona do litoral de Nampula, segundo explicou a presidente do INGD, Luísa Meque, justifica-se, porque Angoche é considerado, a nível nacional, um dos locais de alto risco de ocorrência de eventos climáticos extremos que, nos últimos anos, têm assolado Moçambique.
A simulação decorreu na zona de Thamole, a poucos metros da chamada Paria Nova e envolveu a população local, que, num espaço de cerca de duas horas, cumpriu as etapas previstas que foram desde os avisos, ocorrência do ciclone, rescaldo caracterizado por chuva intensa e a dissipação do “Abibo”, que seguiria para outras paragens.
“A escolha do distrito de Angoche para a realização deste exercício de simulação, resulta pelo facto de estar localizada numa das zonas de alto risco de ocorrência de ciclones em Moçambique”, informou Luísa Meque.
A presidente do INGD recorreu a dados históricos para revelar o que tem sido a frequência de eventos extremos calamitosos em Moçambique.
“Nos últimos 35 anos, dados históricos evidenciam a passagem de mais de 10 eventos extremos entre ciclones e tempestades tropicais, onde temos a destacar, em 2022, a passagem dos ciclones Gombe e Ana, em 2012 Funso, em 2008 Jokwe, e em 1994 o ciclone Nadia”, afirmou.
Entretanto, segundo Meque, o INGD temtrabalhado na resiliência das comunidades, com o apoio dos parceiros.
“O INGD, com o apoio do Banco Mundial, está a implementar o programa de gestão de desastres e resiliência em Moçambique desde o ano de 2019, com vista a melhorar as condições das nossas comunidades para lidar com os eventos climáticos extremos que, ano após ano, tem, de forma cíclica, afectado o nosso país causando perdas económicas e de vidas humanas”, anotou.
E, por via disso, “neste contexto, elaboramos a estratégia e o plano de acção para o estabelecimento de comités locais de gestão do risco de desastres funcionais em Moçambique que consistiu na criação, capacitação, revitalização e apetrechamento de 1500 comités com capacidade para preparação e resposta contra desastres naturais”.
A presidente do INGD explicou que, para conferir o grau de funcionalidade dos comités e de preparação das comunidades, a instituição organizou três exercícios de simulação, sendo um para a região sul, que decorreu em Novembro de 2023, região centro, em Dezembro do mesmo ano, e, nesta data, o da região norte, que decorreu em Angoche.
(AIM)
Rosa Inguane/dt