
Maputo, 24 de Jun (AIM) – A Câmara de Comércio Moçambique Portugal (CCMP), defende que o desenvolvimento do país passa pela aposta no crescimento da cadeia de valor de produção, para capitalizar da melhor forma os recursos e oportunidades disponíveis.
A abordagem do sector empresarial dos dois países surge numa altura em que o governo moçambicano conjuga esforços para o relançamento das ligações produtivas, através do Programa Nacional de Industrialização (PRONAI), que prevê dinamizar a indústria transformadora com objectivo de promover a prosperidade.
A ideia do foco na cadeia de valor produtiva foi partilhada há dias, em Maputo, pelo Presidente do Conselho de Administração do Moza Banco e membro da Câmara de Comércio Moçambique Portugal, João Figueiredo, falando a imprensa, a margem de um encontro informal denominado “Pôr do Sol” que juntou homens de negócios de Moçambique e Portugal para discutir perspectivas económicas e ambiente de negócios.
“Nos temos que apostar no crescimento da cadeia de valor produtiva aqui em Moçambique. Há inúmeras oportunidades que eu acho que compete um pouco às autoridades, um pouco às câmaras de comércio e a todos os players, promover essa abordagem”, disse o PCA do Monza falando em representação da CCMP, num espaço que também discutiu investimentos portugueses em Moçambique.
Para figueiredo, Moçambique é uma terra de oportunidades, não só na indústria do petróleo e gás com as descobertas em curso na bacia do rovuma, província de Cabo Delgado, zona norte, apontando os sectores de turismo e agronegócios como áreas de potencial capaz de definir o ritmo de crescimento económico do país nos próximos anos.
“De facto Moçambique é um país riquíssimo em matérias de oportunidades, e não só em recursos naturais. Temos uma costa de 2700 quilómetros e um sector de turismo e agronegócio imenso para explorar”, vincou.
A fonte desafia os agentes económicos nacionais, as autoridades e todos os intervenientes no ramo de negócios, a divulgarem as potencialidades existentes como forma de sensibilizar os investidores portugueses a regressarem ao país com o fluxo com que vieram nos anos 90 em Moçambique, período considerado auge da relação económica entre os dois estados e povos.
A fonte reconhece que, nos últimos anos, apesar de continuar a existir uma significativa representatividade de empresas portuguesas na actividade económica, concretamente nos sectores de energia, infraestruturas e financeiro, nota se um arrefecimento de novos investidores, apontando razões internas e externas que contribuíram para o cenário.
“O mundo vive uma conjuntura diferente daquela que conhecemos há 20 anos atrás. Vivemos um momento de contração em que os bancos centrais aumentaram a sua intervenção nas políticas mais restritivas. A situação das guerras. A situação do Cabo Delgado”, disse.
Refira-se que, o Governo moçambicano considera que o ambiente de negócios no país é favorável a investimentos, apontando a implementação do pacote das medidas de aceleração económica como factor que está a contribuir para o fortalecimento das relações empresarias entre Moçambique e Portugal.
De acordo com o executivo, as medidas estão a promover a movimentação de empresários interessados em investir tanto em Moçambique como em Portugal e foi dentro desse contexto que uma missão empresarial moçambicana visitou recentemente as cidades de Porto e Lisboa, com o objectivo de gerar novas oportunidades e atrair potenciais parceiros para aumentar e diversificar o seu investimento em Moçambique.
(AIM)
Paulino Checo (PC)