
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi,, e do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, e ministro zambiano do turismo, Rodney Sikumba, Acordo de Conservação Transfronteiriça (ZIMOZA-TFCA)
Harare, 18 Jul (AIM) – Moçambique, Zimbabwe e Zâmbia assinaram, esta quinta-feira, em Harare, o Acordo de Conservação Transfronteiriça (ZIMOZA-TFCA, sigla em inglês), com o objectivo de promover a conservação da biodiversidade, restauração do ecossistema e gestão sustentável dos recursos naturais que os três países partilham.
O acordo foi assinado pelo estadista moçambicano, Filipe Nyusi, e seu homólogo do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, e pelo ministro zambiano do turismo, Rodney Sikumba.
Com uma extensão de 38.435 quilómetros quadrados, a área de conservação abrange três distritos ao longo do rio Zambeze, na província central de Tete, nomeadamente: Mágoè e Cahora Bassa, Zumbo.
No Zimbabwe a área abrange dois distritos, Mbire e Makonde, e na Zâmbia o distrito de Luangwa.
Falando durante o evento, Nyusi disse que a iniciativa tripartida ZIMOZA-TFCA visa conservar o meio ambiente de forma eficaz e promover os recursos naturais “que os nossos antepassados nos legaram.”
“Este acordo é um marco na história dos nossos três países e está em linha com os Objectivos de Desenvolvimento da SADC e de acordo com os princípios agendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a promoção sustentável do ambiente”, disse Nyusi.
Explicou que o presente acordo se adiciona à Declaração de Maputo sobre a conservação da floresta do miombo, assinada em Agosto 2022, para a conjugação de esforços dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) na busca de recursos e mecanismos de regeneração do ecossistema florestal.
“Os três países, que hoje assinam este acordo, são assinantes da Declaração de Maputo, assinado em Maputo”, disse o presidente.
Referiu que a conservação da biodiversidade e seus recursos minerais exige esforços de todos sectores, havendo necessidade de a sociedade civil e os governos trabalharem em conjunto para a restauração da natureza “em prol da vida dos animais.”
“Os elefantes, por exemplo, para sobreviver, ao longo do tempo, adaptam-se dependendo da disponibilidade de alimentos, água e habitat. Nós, como homens, podemos não estar sempre em concordância, mas que fique claro que os elefantes desconhecem fronteiras”, afirmou Nyusi.
Por sua vez, o presidente Zimbabweano disse que o acordo representa uma nova era nas relações de cooperação entre os três países, pois cumpre um dos objectivos patentes na agenda da União Africana sobre a promoção do meio ambiente.
“Este acordo vai promover a conservação dos nossos recursos, abrindo espaço para a criação de mecanismos de preservação dos recursos faunísticos da região”, disse Mnangagwa.
Afirmou ainda que, por estes recursos naturais serem cruciais para a sobrevivência de milhares de pessoas na região, devem ser protegidos com zelo e responsabilidade. “Precisamos também de combater o fenómeno El Niño, que fortemente afecta os nossos recursos”.
Já o ministro zambiano, falando em representação do Presidente daquele país vizinho, Hakainde Hichilema, disse que África apercebeu-se da necessidade de conservar as suas áreas preciosas.
“Este acordo é histórico porque representa a nossa união na preservação do meio ambiente. É uma boa estratégia porque ajuda a nossa população a trabalhar para conservar o ambiente e a vida selvagem”, disse Sikumba.
A iniciativa tripartida, que será coordenada pelo Zimbabwe nos próximos dois anos, abrange directamente cerca de 600.000 pessoas, residentes na aludida área transfronteiriça. Para a sobrevivência, a maior parte destas pessoas depende fortemente dos recursos desta região, principalmente: água, peixe, vida selvagem e floresta.
(AIM)
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