
Porta-voz do SERNIC, Hilário Lole. Foto arquivo
Maputo, 21 Jul (AIM) – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) confirma a ocorrência de mais um rapto no sábado (20), na cidade de Maputo, capital moçambicana.
Uma vez mais, a vítima é um cidadão moçambicano de origem asiática, que foi emboscado a saída de um estabelecimento comercial na Avenida Eduardo Mondlane, bairro do Alto-Maé.
A vítima é filho do proprietário do estabelecimento Luxo Brinde localizado nas proximidades da Fashion World, uma loja de venda de roupa e calçado no centro da cidade de Maputo.
O porta-voz do SERNIC, Hilário Lole, diz que está a recolher mais informações importantes para o seguimento das pistas dos raptores, com vista a esclarecer o crime o mais breve possível.
“Sim, houve rapto na tarde de ontem (sábado), em Maputo. Estamos a trabalhar com informações disponíveis que colhemos com os nossos colegas da PRM (Polícia da República de Moçambique). Julgamos que essas informações são importantes para seguir pistas”, disse Lole, num breve contacto estabelecido com a AIM na manhã deste domingo.
Segundo fontes que presenciaram o rapto no terreno, e através de vídeos amadores postos a circular nas redes sociais, a vítima teria sido surpreendida à saída da referida loja. Os raptores efectuaram alguns disparos para lograrem os seus intentos tendo, de seguida, levado a vítima na sua viatura para lugar incerto.
No local, estavam alguns membros da polícia de protecção a efectuarem habituais patrulhas nas ruas, mas não conseguiram evitar que o crime.
Trata-se do segundo rapto que reportado em Maputo nos últimos dois meses. O último ocorreu em Junho.
Em Maio último, o SERNIC deteve três indivíduos indiciados de envolvimento no crime de rapto. Trata-se de um indivíduo envolvido em dois raptos, ocorridos em Novembro e Dezembro do ano passado, e dois cidadãos, supostamente membros da PRM, neutralizados durante a operação de resgate de um menor de oito anos de idade, raptado no mesmo mês, em Maputo.
A fonte do SERNIC referiu, na altura, que um dos detidos em conexão com o sequestro do menino de oito anos tentou suicidar-se nas celas.
À data dos factos, Lole assegurou que o SERNIC, na capital do país, estava a investigar os casos de raptos, para chegar aos mandantes dos crimes.
Só este ano, já ocorreram cinco casos de rapto em Maputo e duas tentativas frustradas, cenário que revela a apetência dos criminosos à indústria dos raptos, que continua a semear medo na classe empresarial, enquanto não se operacionaliza a Brigada Anti-raptos prometida pelo executivo.
O fenómeno dos raptos é tipificado como crime organizado que tira sono aos empresários nacionais e estrangeiros há mais de 13 anos, tendo feito, até agora, dezenas de vítimas, que coloca em causa a segurança pública.
(AIM)
PC/dt