
Maputo, 23 Jul (AIM) – O Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos reitera que a onda de raptos, que tende a crescer em Moçambique, particularmente na cidade de Maputo, não significa falhas na actuação do sistema nacional de justiça.
A posição foi assumida pelo Secretário-Permanente do ministério, Justino Tonela, quando questionado pela imprensa sobre o que estaria a propiciar a ocorrência de raptos em Moçambique.
“Não existem falhas no sistema de justiça, porque todos aqueles que foram investigados e detidos, foram a julgamento e condenados”, disse Tonela. Acrescentou que existem no país muitas pessoas que estão detidas pela prática deste tipo legal de crime.
Isso significa, segundo a fonte, que a actuação do sistema de justiça moçambicano é pleno e o Estado penaliza todos os indivíduos envolvidos.
Tonela fala à margem da reunião das Comissões de Trabalho para Discutir o Reforço do Notariado e Segurança Jurídica de Documentos e Processos Legislativos entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que teve hoje, na cidade de Maputo.
A ocorrência de raptos em Moçambique é um crime que afecta com maior incidência a cidade de Maputo, bem como as províncias de Maputo e Sofala. A maioria das vítimas são empresários de origem asiática.
Aliás, nas últimas 72 horas foram raptados dois cidadãos de origem asiática na cidade de Maputo. O primeiro ocorreu sábado (20), e a vítima é proprietário do estabelecimento Luxo Brinde localizado nas proximidades da Fashion World.
O segundo caso foi reportado na segunda-feira (22) quando mais um cidadão foi raptado e o crime foi executado por um grupo de cinco indivíduos, dos quais três estavam armados. A vítima foi colhida de surpresa dentro do seu estabelecimento comercial, de onde foi arrastada até ao carro de fuga onde estavam outros dois criminosos.
A Associação Muçulmana de Empresários e Empreendedores Moçambicanos (AMEEM) já reagiu com uma nota de repúdio à onda de raptos, através da qual lamenta a fraca actuação da polícia para estancar este tipo de crime.
“Lamentavelmente, os criminosos executam as suas operações à luz do dia, munidos de armas de fogo, com os rostos expostos, à vontade, sem medo de agredir quem quer que seja ou que qualquer repercussão que possa despoletar”, lê-se na nota da AMEEM, acrescentando que os raptos comprometem o desenvolvimento sócio-económico de Moçambique.
Refira-se que, só este ano, seis casos de rapto já tiveram lugar em Maputo, incluindo duas tentativas frustradas.
(AIM)
SC/sg