Moçambique e Zimbabwe procuram formas de explorar melhor seu potencial económico
Elias Samo Gudo, da AIM
Maputo, 27 Ago (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, manifesta a sua preocupação com o fraco nível das trocas comerciais entre Moçambique e àquele país vizinho, não obstante o elevado potencial existente entre ambos.
Nyusi manifestou o sentimento hoje (27), em Harare, na 114ª Edição da Feira Agrícola do Zimbabwe (ZAS, sigla em inglês), um evento que teve a oportunidade de inaugurar na qualidade de convidado de honra do seu homólogo deste país vizinho, Emmerson Mnangagwa.
Foi uma cerimónia bastante concorrida, que contou com a participação de várias centenas de pessoas, incluindo empresários sob o lema “Cultivando a Prosperidade: Crescendo Negócios, Inovando para a Mudança e Nutrindo nosso Futuro”’.
Referiu que a realidade de hoje reflecte uma relação económica bastante fraca entre Moçambique e o Zimbabwe.
Para o efeito, explicou que “de 2018 até ao primeiro semestre de 2024, as exportações de Moçambique para o Zimbabwe totalizaram apenas 890 milhões de dólares americanos e as importações na ordem de 161 milhões”.
Esta realidade confere uma posição largamente superavitária para Moçambique, cujo valor perfaz menos de 3% do volume das transacções com o exterior.
Destacam-se entre os produtos exportação de Moçambique para o Zimbabwe a energia eléctrica, adubos minerais ou químicos, fios de alumínio, óleos de petróleo ou minerais betuminosos, serviços de logística entre outros.
No que diz respeito ao investimento do Zimbabwe aprovado em Moçambique nos últimos 10 anos, o total é de apenas 46 projectos, avaliados em 151 milhões de dólares americanos, repartidos pelo sector industrial com 32%, aquacultura e pescas (26%), turismo (20%), agricultura e pecuária (12%).
“Facilmente conclui-se que as trocas bilaterais e os fluxos de investimento estão aquém do potencial sinergético dos nossos países perante o amplo mercado de consumo no mundo”, disse Nyusi.
Por isso, Nyusi afirma que urge reverter esta situação e uma das medidas imediatas é a presença de Moçambique na Feira.
“Convidamos a todos os empresários presentes nesta Feira a usarem a oportunidade como uma plataforma única para a identificação de oportunidades de negócios atractivos e viáveis.
“É pretensão de ambos países continuar a cooperar, circulando livremente entre as duas nações e juntos produzir riquezas para o bem-estar de seus povos”, acrescentou.
Com a vontade de mobilizar investimentos não somente para a agricultura, Moçambique e Zimbabwe pretendem, desta forma, estimular as suas relações comerciais através da complementaridade com o recurso a utilização das infra-estruturas e meios logísticos existentes.
Durante o evento, Nyusi visitou longamente os vários pavilhões onde também teve a oportunidade de interagir com os vários expositores. A visita terminou com o estadista moçambicana a participar na entrega de prémios nas várias categorias.
Ocupando uma área de 76 mil metros quadrados, a Feira acolhe cerca de 560 expositores de vários sectores da economia.
Pelo menos 11 países participam no evento, incluindo Moçambique, África do Sul, China, Eswatini, Índia, Japão, Malawi, Paquistão, Rússia, Tanzânia e Zâmbia. Os organizadores esperam mais de 200 mil visitantes.
(AIM)
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