Paulino Checo, da AIM, em Caia
Caia (Moçambique), 27 Ago (AIM) – O Candidato presidencial da FRELIMO, partido no poder em Moçambique, Daniel Chapo, apresentou-se “a todo vapor” na província de Sofala, centro do país, ao ponto de trabalhar em cinco distritos, mais a cidade da Beira, a capital provincial, local escolhido para o arranque oficial, sábado passado, da campanha eleitoral rumo ao escrutínio de 09 de Outubro próximo.
Durante a sua digressão por Sofala, Chapo escalou sucessivamente a cidade da Beira, no dia 24, os distritos de Búzi e Nhamatanda, dia 25 de Agosto, Gorongosa e Maringue, no dia 26, e hoje (27) encerrou a “caça ao voto”, nesta primeira fase, nesta província, no distrito de Caia.
Em todos os pontos, o candidato orientou comícios populares caracterizados por afluência massiva de membros e simpatizantes do partido, e população no geral, havidos de ver e ouvir as promessas do jovem concorrente a Ponta Vermelha pelo partido Frelimo.
Do ponto de vista de mensagens chaves, neste arranque da campanha, Chapo privilegiou a sua auto-apresentação, sua experiência de superação, e as dificuldades que enfrentou na vida até chegar a ser confiado o cargo de secretário-geral da Frelimo e candidato à sucessão do actual Presidente da República, Filipe Nyusi, que, suportado pela FRELIMO, ganhou duas eleições presidenciais sucessivas, em 2014 e 2019 respectivamente.
Na Beira, Chapo contagiou a sua audiência ao partilhar a sua história de luta que se confunde com a história dos beirenses e da maioria das populações desfavorecidas no país.
Com um discurso comovente, o candidato da FRELIMO granjeou simpatia e arrancou, por exemplo, aplausos do eleitorado sempre que se referia ao facto de conhecer o sofrimento na prática, por ter nascido numa família pobre, nas zonas remotas de Inhaminga, em Sofala, além de ter vivido durante dois anos no cativeiro durante a guerra dos 16 anos.
Depois de ter-se livrado do cativeiro, Chapo continuou a lutar contra todas as adversidades até se tornar funcionário público e ocupar vários cargos como de administrador distrital e governador de província.
“Sei o que é sofrimento. Já sofri e passei o que a população passa. Quando nasci em Inhaminga, na altura da guerra, fomos capturados, e vivi dois anos no cativeiro. Fugimos do cativeiro a pé até Dondo. Dormi no mato, na floresta, com chuva, sol, frio. Sou esse Daniel Chapo que estão a ver e ouvir. Eu sei o que é sofrimento, não é teoria”, disse Chapo, na Beira, durante a interação com o eleitorado.
Depois de trabalhar na cidade da Beira (24), dia seguinte, 25 de Agosto, Chapo escalou o distrito de Búzi, onde prometeu reactivar a açucareira de Búzi, uma unidade fabril paralisada há anos devido a falta de investimentos.
Garantiu, no local, que está no topo das suas prioridades mecanizar a produção agrícola local, como forma de aumentar a produção e produtividade e, em cadeia, criar mais postos de trabalho para jovens.
“Já estou em contacto com investidores para reactivar a companhia de Búzi. Eles mostraram interesse em investir”, garantiu Daniel Chapo.
No mesmo dia, Chapo escalou o distrito de Nhamatanda. Neste ponto, Chapo foi calorosamente recebido e acarinhado pelo eleitorado local que prometeu voto a seu favor e da Frelimo nas eleições de 09 de Outubro.
Por sua vez, o candidato afirmou categoricamente que vai injectar dinheiro no distrito para fomentar as iniciativas geradoras de renda, afirmando, categoricamente, que o seu governo vai criar um banco de investimento focado na concessão de linhas de crédito, práticas e flexíveis, para espevitar o empreendedorismo e as pequenas e médias empresas.
“Sei que há jovens aqui em Nhamatanda com ideias brilhantes, mas as suas iniciativas não avançam por falta de financiamento. Vamos financiar os jovens. Queremos colocar dinheiro nas mãos de pessoas aqui em Nhamatanda”, prometeu.
Já em Gorongosa, Chapo falou da paz, numa região com memórias de guerra ainda presentes nas pessoas.
O candidato disse que a sua missão é continuar com acções de manutenção da paz e segurança em Moçambique, como condição essencial para o desenvolvimento.
Falando numa região que sediava a maior base militar da Renamo, durante a guerra dos 16 anos, lembrou que quer transformar o local num símbolo de paz.
Construir, no próximo ano, um memorial que lembra os ganhos alcançados com a paz e reconciliação é a forma encontrada para imortalizar os ganhos pela paz.
“Queremos transformar Gorongosa num símbolo da paz. Antes era símbolo da guerra”, prometeu.
Em Caia e Maringue, Chapo apresentou duas soluções para a problemática de habitação para jovens em Moçambique.
De acordo com o candidato, quando ascender ao poder, o seu governo vai implementar de forma consistente em todas as vilas municipais, sedes distritais e centros urbanos, duas iniciativas estruturantes com vista a resolver em definitivo as preocupações apresentadas pelos jovens sobre a habitação.
Segundo o candidato, a primeira solução está ligada à habitação social, onde o seu governo chamará a si a responsabilidade de mobilizar recursos para a construção de habitações à venda a preço bonificado e de forma faseada, para jovens que têm emprego ou iniciativa geradora de renda.
A segunda iniciativa, segundo Chapo, visa a entrega de terra infra-estruturada em zonas de expansão e com serviços sociais básicos instalados, cabendo aos jovens apenas instalar a sua residência através de construção faseada ou imediata, em função das possibilidades de cada um.
“Vamos construir habitações sociais e os jovens que já têm algum emprego e ganham salário, podem adquirir as casas pagando pouco-a-pouco. Sabemos que há jovens que trabalham em projectos e tem iniciativas e podem pagar essas casas”, disse.
Quarta-feira, o candidato da Frelimo inicia périplo na província central de Tete, onde poderá escalar 10 pontos para comícios populares na longa marcha até o escrutínio de 09 de Outubro, no quadro das eleições gerais, que compreendem as presidenciais, legislativas e de membros das assembleias provinciais, incluindo governadores provinciais.
(AIM)
PC/mz