Nampula (Moçambique), 29 Ago (AIM) – A Igreja Católica em Nampula distancia-se da candidatura do padre Fernão Magalhães a governador desta província do norte de Moçambique pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
De acordo com um comunicado distribuído em Nampula, o arcebispo Inácio Saure, que é também presidente do Conselho Episcopal de Moçambique, tomou conhecimento da candidatura do padre Magalhães pela imprensa e sem o seu conhecimento, na qualidade de superior hierárquico.
O comunicado prossegue afirmando que “esta decisão é contrária à legislação eclesiástica que impede os clérigos de participar em cargos que importem a participação no exercício do poder civil, como estabelece o Direito Canónico”.
“Os clérigos são proibidos de assumir cargos que importem a participação no exercício do poder”, sublinha.
“O arcebispo Inácio Saure tentou persuadir o padre Fernão Magalhães a retirar a sua candidatura ao que ele não acedeu e, além disso, iniciou a sua participação na campanha eleitoral”, lê-se no comunicado.
O comunicado refere que a candidatura é um assunto exclusivamente pessoal e nada tem a ver com a Arquidiocese e toda a Igreja Católica.
O mesmo comunicado acrescenta que caso o padre Fernão Magalhães não desista da sua candidatura poderá ser penalizado com a proibição do exercício de actos e direitos e poder adquiridos das ordens sagradas.
Ele incorre, ainda, na pena mais grave sem excluir a possibilidade de perda do estado clerical.
O padre Fernão Magalhães, segundo o comunicado, cessou funções de pároco de Czuzu, no distrito de Murrupula.
A província de Nampula é o maior círculo eleitoral de Moçambique, e o MDM é o segundo maior partido da oposição, depois da Renamo.
(AIM)
RI/mz