Chimoio (Moçambique), 06 Nov (AIM) – Oito membros da Polícia da República de Moçambique (PRM) contraíram ferimentos ligeiros na província central de Manica, nos primeiros dois dias da quarta fase de igual número de etapas das manifestações convocadas, a escala nacional, pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
O balanço da designada “manifestação a todo o terreno (4×4) ”, iniciada quarta-feira (04) com a duração de sete dias, aponta ainda para um cidadão que contraiu ferimentos graves por baleamento. O cidadão está a receber assistência médica no Hospital Provincial de Chimoio (HPC).
O porta-voz da PRM, em Manica, Mouzinho Manasse, explicou que algumas viaturas da corporação foram danificadas durante os protestos.
“Com recurso a pedras, paus, ferros e outros objectos, os manifestantes destruíram algumas viaturas da polícia. Alguns polícias foram atingidos por pedras e ficaram feridos. Neste momento estão a receber tratamento em regime ambulatório”, referiu Manasse.
Pelo menos 46 pessoas foram detidas em conexão com os protestos.
A fonte falava esta sexta-feira (06), em conferência de imprensa, em Chimoio, onde destacou a presença da polícia em todos os locais como sendo uma das estratégias para conter qualquer tentativa de perturbação da ordem e segurança públicas.
“Os nossos membros estão destacados para o terreno na sua máxima força. Em toda a província accionamos o nível de alerta máximo para respondermos, em tempo real, a qualquer solicitação popular”, assegurou.
Apelou a população para não aderir às manifestações violentas para evitar perdas de vidas humanas e outros danos maiores nas comunidades.
“A manifestação é de lei, mas deve ser pacífica. Não queremos que aconteçam situações que perturbem a ordem e segurança públicas. Quando isso acontece, somos chamados a intervir para inverter o cenário. Portanto, vamos colaborar para uma manifestação dentro do estabelecido por lei”, afirmou.
Nos últimos dois dias, a cidade de Chimoio e os distritos de Gondola e Manica foram palcos de manifestações convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane, suportado pelo Partido Optimistas para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).
Mondlane reivindica uma suposta vitória nas VII eleições gerais (presidenciais e legislativas), e IV das assembleias provinciais, que incluem a eleição de governadores provinciais, de 09 de Outubro último.
Os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) dão vitória ao partido governamental, a Frelimo, e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo. os resultados ainda carecem de validação e proclamação pelo Conselho Constitucional (CC).
Desde o início das manifestações (21 de Outubro) dezenas de pessoas perderam a vida e outras contraíram ferimentos, entre graves e ligeiros, para além de paralisação de actividades sociais e económicas, destruição de bens públicos e privados, assaltos a estabelecimentos comerciais, entre outros danos.
Em algumas zonas, as manifestações tornam-se violentas, impedindo a circulação de pessoas e bens.
Na cidade de Chimoio, um grupo de manifestantes, empunhando paus, ferros, pedras e outros objectos, tentaram paralisar a circulação de viaturas na Estrada Nacional número Seis (EN6), que liga o porto da Beira, centro de Moçambique, e países do interior, caso do Zimbabwe, Malawi e Zâmbia.
A PRM foi chamada a repor a ordem e assegurar que a circulação de viaturas e bens seja feita em segurança.
Diariamente, transitam da EN6 mais de 500 veículos de longo curso.
Esta sexta-feira (06), terceiro dia das “manifestações a todo o terreno”, a AIM constatou que nos distritos de Manica, Gondola e cidade de Chimoio o ambiente estava calmo.
Nos restantes distritos, Macossa, Báruè, Guro, Vanduzi, Sussundenga, Mossurize, Macate, Tambara e Machaze, a vida corre com normalidade, não havendo qualquer ambiente que atenta contra a perturbação da ordem e segurança públicas.
(AIM)
NM/mz