
Presidente da República, Filipe Nyusi (esquerda) e Secretário-geral da AEMO, Carlos Paradona
Maputo, 17 Set (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafia os escritores a investirem na tradução de obras literárias moçambicanas em línguas estrangeiras, como forma de promover a literatura e a concorrência nos fora internacionais.
Falando esta terça-feira (17) em Maputo, durante uma audiência que concedeu a direcção da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), o Chefe do Estado referiu que as obras dos escritores moçambicanos devem ser consumidas internacionalmente, para que países reconheçam a sua sagacidade e criatividade.
“Os outros [escritores] andam a ganhar porquê? Porque são lidos em chinês, russo, francês”, disse, acrescentando de seguida que “essas pequenas histórias que existem aqui, bem contadas … são grandes obras”, disse.
O encontro é alusivo à saudação ao Presidente da República, pela passagem dos 42 anos da criação da AEMO.
Ao traduzir as obras, Nyusi acredita que o processo poderá impulsionar a internacionalização da literatura moçambicana e a conferir o prestígio cada vez crescente que as obras dos escritores moçambicanos merecem.
Reconhece o crescente movimento de escritores moçambicanos, sobretudo jovens, que se empenham na transformação de seus pensamentos em obras literárias, comparando igual acto que se verifica na produção musical do país.
“Antes era normal nas festas, de aniversário, ou do fim-do-ano, ouvir aquelas músicas das Caraíbas; os que são da minha idade sabem que há umas músicas que mexem muito porque naquele tempo ouvíamos e consumíamos. Agora, a nova geração consome a sua música e nós somos puxados para ali”, afirmou.
Destacou a aparição da mulher nas artes literárias moçambicanas, afirmando que o facto enche de orgulho a literatura do país.
Enquanto o governo faz também o seu papel, a literatura moçambicana continua uma ferramenta valiosa para a consolidação da unidade nacional, e do desenvolvimento do país.
“Nós temos que construir o patriotismo, mesmo que não gostemos de algumas coisas, mas pelo menos temos que dizer claramente que isso é errado. Mas nós somos moçambicanos”, vincou Nyusi.
Por sua vez, o secretário-geral da AEMO, Carlos Paradona, disse que a produção literária pressupõe um trabalho árduo, desde as fases de edição até ao resultado final.
Aliás, o escopo da agremiação é de contribuir para a consolidação da moçambicanidade, através da literatura.
Além dos prémios internacionais de língua estrangeira, o secretário-geral realçou que escritores moçambicanos membros da AEMO, já foram galardoados do maior prémio de literatura na Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
“Destacamos aqui o Prémio Camões, o maior galardão que premeia a produção literária e criativa na língua portuguesa, ao poeta José Craveirinha, e aos escritores Mia Couto e Paulina Chiziane”, disse.
Fundada em 31 de Agosto de 1982, a AEMO desenvolve as suas actividades, entre outras formas, através da edição de obras de autores moçambicanos, da atribuição de prémios literários, bem como da organização de conferências, jornadas e debates, visando a divulgação da literatura moçambicana.
(AIM)
AC/sg