
Presidente da República, Filipe Nyusi, deposita uma coroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos
Maputo, 25 Set (AIM) – A retoma dos megaprojectos para a produção de gás natural já não pode ser condicionada apenas a questão de insegurança, pois houve uma melhoria considerável nos últimos anos.
Esta é a asserção do Presidente da República, Filipe Nyusi, proferida hoje em Maputo durante as celebrações do 60º aniversario das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), um evento bastante concorrido e que teve lugar na capital moçambicana.
“A situação de segurança nos distritos, outrora abrangidos pelos actos terroristas intensos, está bem melhor do que em 2018, do que anteriormente, quando os projectos decorriam com normalidade na Bacia do Rovuma. Por isso, dizemos que a retoma dos megaprojectos na península de Afunji não pode ser condicionada unicamente pela cláusula de Força Maior, disse Nyusi num tom convicto.
Aliás, a situação está relativamente estabilizada e a população regressou de forma significativa às suas zonas de origem.
O governo está a repor o funcionamento das instituições e decorem, neste momento, trabalhos de reconstrução das infra-estruturas destruídas com compatriotas revestidos de sinceridade e com uma humildade necessária.
A estabilidade que se regista no país deve-se a entrega, sacrifício e coragem das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS), apoiadas pelas Forças de Defesa do Ruanda, unidades militares da Tanzânia e Missão Militar da SADC para Moçambique (SAMIM).
Destaca-se também os préstimos da Uniao Europeia, através da missão de Formação Militar da União Europeia em Moçambique (EUTM), cujo mandato expirou em Setembro último.
Orçado em cerca de 20 mil milhões de dólares, o maior investimento privado em curso em África, a TotalEnergies suspendeu as suas actividades por motivo de “força maior”, até que as condições de segurança permitam o reinício dos trabalhos em Afungi.
As FDS conseguiram restaurar a autoridade do Estado em todos os distritos que haviam sido tomados pelos terroristas em Cabo Delgado.
Além da TotalEnergies, também a multinacional petrolífera norte-americana, ExxonMobil, operadora de um consórcio na Área 4, para a produção de LNG na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, ainda não retomou as suas actividades pelos mesmos motivos.
Na segunda-feira, o vice-presidente da ExxonMobil, Walter Kansteiner, anunciou que o projecto técnico para a extracção de gás natural em Cabo Delgado pode ser concluído dentro de um ano.
A ExxonMobil lidera a construção e operação de todas as futuras instalações de LNG e instalações relacionadas para o bloco de águas profundas da Área 4, da Base de Rovuma, na costa de Cabo Delgado, operado pela Moçambique Rovuma Venture (MRV), um consorcio que inclui a companhia petrolífera italiana de energia ENI e a CNPC da China.
(AIM)
Ac/sg