
Maputo, 20 Out (AIM) – O Instituto de Investigação Sociocultural (ARPAC) promove na cidade de Lichinga, província nortenha do Niassa, um simpósio no âmbito das celebrações dos 145 anos da morte do Mataca I que vai decorrer próxima semana naquela região.
Mataca I foi o chefe que teve as suas terras conquistadas pela Companhia do Niassa. Em 1912, uma coluna comandada pelo capitão Pottier de Lima invadiu Mwembe, a sede de Mataca, e o chefe abandonou as terras. A linhagem dos Mataca no Niassa acabou e foi construído o forte Tenente Valadim.
Promovido pelo ARPAC, o simpósio vai reunir sociólogos, antropólogos, historiadores, investigadores sociais, académicos entre outros que vão discutir sobre a proeminência do Mataca I na edificação do Estado Yao, similaridades e perspectivas para a política contemporânea.
O delegado do Instituto de Investigação Sociocultural em Niassa, Manuel Vene, disse à Rádio Moçambique, emissora nacional, que, no simpósio, serão apresentados 20 temas que retratam a vida e obra do Mataca I, a organização do Estado Yao e sua influência para a política na atualidade.
“De um pacato a um estadista reconhecido, cujo império, o Estado, a forma de organização, ele atesta muito o sentido do Estado moderno. Para além de compor a alta aristocracia, tinha um conjunto de conselheiros, seguido por um conjunto de ministros, o ministro de Guerra, o ministro de Comércio, o ministro de Educação, o ministro de Saúde e também um sistema de justiça”, disse.
Acrescentou que, “O Xeicado também é a figura que desenvolve o comércio com os árabes. É por isso que o islamismo chega aos territórios Yao, graças a esse contacto que o Xeicado tinha junto com a costa.
Manuel Vene salientou que o simpósio se enquadra nas celebrações dos 145 anos da morte do Mataca I e envolverá uma excursão à Mitelela, distrito de Majune, onde jazem os seus restos mortais.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)/dt