Maputo, 22 Out (AIM) – O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) prevê a ocorrência de chuvas regulares ou acima do normal, no período compreendido entre Outubro corrente e Março de 2025, que poderão afectar cerca de 72.725 pessoas, pertencentes a 34 bairros da capital moçambicana Maputo, localizados em zonas de alto e baixo risco.
A informação foi partilhada esta terça-feira (22), em Maputo pela delegada do INGD, Esselina Muzima, durante o balanço da época chuvosa 2023-2024 e apresentação do Plano de Contingência 2024-2025.
Destacou que 34 bairros poderão ser afectados por chuvas acima do normal, sendo 16 em alto risco e 18 em baixo risco, nos distritos municipais de Ka Maxaquene, Ka Mubukwana e Ka Mavota.
“Na cidade de Maputo vão ocorrer chuvas regulares com precipitação acima do normal, acompanhadas de ventos fortes que vão provocar num primeiro cenário, inundações, erosão e destruição de casas. Há ainda a probabilidade de ocorrência de ciclones na zona sul durante a época chuvosa 2024-2025, como segundo cenário”, anunciou Muzima.
Muzima entende que as chuvas acima do normal na cidade de Maputo estarão acima de 50 mm e, para a cidade de Maputo que não tem capacidade de escoamento e absorção de água já é problema.
“Por isso, alertamos, chamamos atenção a população para que saiba que teremos inundações urbanas até em locais que normalmente não ocorrem”, esclareceu.
Referiu que das 72.725 pessoas afectadas, 49.661 são decorrentes da última época chuvosa de 2024-2025, das quais apenas 23 mil pessoas vulneráveis vão beneficiar de assistência directa até ao final da época chuvosa.
“Estão fora deste grupo cerca de 10 mil famílias, um universo de 49.661 pessoas que receberão assistência noutros moldes, tais como limpeza de valas e desobstrução para que possam ter acesso às suas residências”, explicou.
Alertou ainda para o aumento do número de afectados nesta época chuvosa que se avizinha: “Entretanto, é uma previsão porque o número global de cerca de 72 mil afectados pode ser ultrapassado dependendo daquilo que vai acontecer”.
“Para além das vítimas permanentemente afectadas, cerca de 2.333 mil pessoas, que vivem na zona costeira correm o risco de serem afectadas por ciclones, ventos, chuvas fortes e inundações”, acrescentou.
Para o efeito, o INGD em coordenação com os sectores da saúde, educação, INAS e o Conselho Municipal da Cidade de Maputo, projectam desenvolver acções com vista a mitigar os impactos da ocorrência das inundações urbanas.
“As acções incluem divulgação da previsão, sensibilização das famílias, capacitação dos comités e divulgação das rotas de evacuação e indicação dos locais de acomodação das famílias face à ocorrência de um desastre”, mencionou.
Estas acções estão orçadas em cerca de 43 milhões de meticais (cerca de 673 mil dólares), numa primeira fase, visto que, “vamos continuar a trabalhar com o Conselho Municipal com vista a incluir o orçamento de reposição de infra-estruturas, caso ocorram desastres previstos para época chuvosa 2024-2025”.
Quanto aos meios necessários para assistir as 23 mil pessoas que serão afectadas durante a época chuvosa 2024-2025, destacou os bens de abrigo, água e saneamento, bens alimentares, material para agricultura, e meios de busca e resgate.
Vale lembrar que, desde a ocorrência das últimas chuvas em Fevereiro e Março de 2024, cerca de 1.572 pessoas, cerca de 590 famílias afectadas continuam a beneficiar de assistência enquanto aguardam a transferência para um local seguro.
“Neste momento, o processo está muito avançado e, acreditamos que muito antes da época chuvosa vamos começar a reassentar as famílias nos distritos de Boane, Matutuíne e Manhiça, porque já há condições para começarmos a retirar algumas famílias que estão nos 11 centros ainda activos. Não há condições de regressarem às suas residências”, garantiu.
Importa referir que, para acomodação das vítimas afectadas na passada época chuvosa de 2023-2024, foram abertos 31 centros, dos quais 20 encontram-se encerrados e 11 continuam activos.
(AIM)
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