Maputo, 24 Out (AIM) – A manhã desta quinta-feira (24), o primeiro dia de uma greve geral e ilegal de dois dias convocada pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, foi marcada por um ambiente tranquilo na capital moçambicana Maputo.
De um modo geral, a actividade comercial reduziu consideravelmente, apesar dos apelos do governo e da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), para que os cidadãos fossem trabalhar.
Isto não significa necessariamente que a classe trabalhadora de Maputo tenha obedecido ao apelo de Mondlane – apenas que os proprietários de autocarros mantiveram os seus veículos fora da estrada por receio de serem vandalizados.
No entanto, os comboios continuaram a circular normalmente, embora foram reportados como transportando apenas um quarto do seu número normal de passageiros.
Sem autocarros, as pessoas que vivem muito longe dos seus locais de trabalho têm dificuldade, se não mesmo impossibilidade, de chegar ao seu local de trabalho.
As zonas do centro da capital, normalmente movimentadas a meio da semana, estavam em grande parte desertas na quinta-feira de manhã. Muitas lojas e outros estabelecimentos comerciais, tanto públicos como privados, encerraram durante o dia, incluindo os bancos. Mesmo os mercados, normalmente muito concorridos, como o de Xipamanine, nos arredores da cidade, tinham poucos clientes.
O mesmo aconteceu com as escolas, tanto públicas como privadas. A AIM tem conhecimento de escolas privadas onde a direcção enviou cartas aos pais e encarregados de educação para não mandarem os filhos à escola na quinta e sexta-feira da semana corrente.
Assim, grande parte da maioria dos sectores de actividade esteve encerrada sem que se tenha dado um golpe. Não há dúvida de que Mondlane, cujo paradeiro actual é desconhecido, irá reivindicar isto como uma vitória.
Até ao meio-dia, não havia registo de focos de violência. Ao contrário dos acontecimentos da passada segunda-feira, até agora não houve confrontos entre manifestantes e polícia, nem nuvens de gás lacrimogéneo, nem pilhas de pneus a arder, nem barricadas nas ruas.
Os relatos que chegaram à AIM de outras grandes cidades sugerem que o resto do país também está calmo – embora uma forte presença policial possa ter evitado distúrbios na cidade da Matola, no sul do país.
(AIM)
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