Maputo, 26 Nov (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, manifestou hoje (26), a sua inteira disponibilidade para marcar novo encontro para o diálogo, usando outro formato, com os quatro candidatos das VII eleições presidenciais que tiveram lugar a 9 de Outubro último.
O facto surge devido a ausência do candidato Venâncio Mondlane no encontro que contou com a participação de Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder; Ossufo Momade, suportado pela Renamo, o maior da oposição; e Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) o segundo da oposição.
“Ninguém quer violência no país, ninguém quer que haja aproveitamento no momento que se vive para promover desordem no país, então essa será a nossa mensagem que devemos levar para todos; vamos ver se redefinimos o formato”, disse o Chefe do Estado, como nota introdutória do encontro que acabou por não se realizar devido a ausência de Venâncio Mondlane.
Nos próximos dias, segundo Nyusi, os seus assessores deverão apresentar um novo figurino, e mais tarde uma matéria específica a ser debatida no próximo encontro.
Apelou a um respeito pelo cumprimento temporal dos encontros, afirmando que “temos um tempo limitado, temos que gerir o momento e depois disso podemos ver as outras coisas de como é que devem ser feitas”.
Experiências do passado devem servir de lição, de tal forma que, segundo Nyusi, se tomem decisões estruturadas e duradouras, sobretudo que acompanhem a dinâmica dos acontecimentos no país e nos outros países do mundo inteiro.
“Alguma vez aconteceu, o querer fazer lei por cima do joelho, e depois mais tarde a própria lei dispara contra o nosso próprio pé”, disse.
Reconhece a experiência dos candidatos na resolução de diferendos, afirmando estar convicto que os momentos conturbados que o país atravessa nos últimos 30 dias, causados pela crise pós-eleitoral, terão uma resolução no seu devido tempo.
Aliás, Nyusi afirmou que Venâncio Mondlane não foi expulso de Moçambique. “Se estivesse num sítio conhecido, se calhar eu sugeriria a esta equipa que está interessada em resolver os problemas em irmos ter com ele lá. Mas ninguém sabe onde ele está”.
De seguida, revelou que vai fazer um “esforço para que ele [Venâncio Mondlane] esteja aqui”.
O Chefe do Estado assegurou que Venâncio Mondlane terá a devida segurança no país.
“Eu penso que ele [Venâncio Mondlane] tem certeza e clareza que os moçambicanos não trocariam a vida deles com a insegurança dele. A segurança dele deixa o país estável”, vincou.
Anunciou que brevemente vai contactar individualmente os candidatos presidenciais para um segundo encontro e que os mesmos deveriam decorrer a porta fechada, ou seja longe dos holofotes.
Venâncio Mondlane, suportado pelo partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) enfrenta neste momento um processo cível, movido contra si instaurado pelo Ministério Público, que exige uma indemnização superior a 30 milhões de meticais (cerca de meio milhão de dólares) por incitação à desordem que desembocou em danos e prejuízos avultados.
O candidato presidencial apoiado pelo PODEMOS havia confirmado a sua presença no encontro de hoje.
(AIM)
AC/sg