Maputo, 26 Nov (AIM) – O diálogo entre o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e os quatro candidatos presidenciaisque havia sido marcado para esta terça-feira (26) na capital moçambicana, Maputo, foi adiado devido a ausência de Venâncio Mondlane.
A decisão de cancelar o diálogo foi acordada entre o Presidente da República e outros restantes três candidatos presidenciais presentes no encontro, nomeadamente Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder; Ossufo Momade, suportado pela Renamo, o maior da oposição; e Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) o segundo da oposição.
O diálogo tinha por objectivo a busca de uma solução pacífica para a crise que se instalou no país depois das VII eleições legislativas e IV para membros das assembleias provinciais e de governador de província realizadas a 09 de Outubro último.
Falando nas questões prévias, Chapo enalteceu a iniciativa de Nyusi, de convidar os candidatos ao diálogo, reconhecendo que só através do diálogo poderá surgir um entendimento para a resolução dos actuais diferendos causados pela actual crise pós-eleitoral.
“Nós achamos que devíamos estar presentes neste diálogo por forma que, como foi dito pudéssemos falar, uma vez que falar é que a gente se entende, para se encontrar uma solução em relação a este tema que aqui foi colocado”, disse.
Chapo propõe modelos do diálogo, tendo assegurado que para ele, todos os modelos são viáveis para a busca de uma solução e ultrapassar as actuais barreiras causadas pela crise pós-eleitoral.
Por seu turno, Momade disse que Venâncio Mondlane enfrenta um processo cível movido pelo Ministério Público que exige uma indemnização superior a 30 milhões de meticais (cerca de meio milhão de dólares) por incitação à desordem que desembocou em danos e prejuízos avultados.
Como o mais alto magistrado da Nação, Nyusi, segundo Momade, deveria procurar mecanismos legais para que Venâncio Mondlane se sinta seguro em Moçambique e garantias de que ele não vai ser detido em conexão com os distúrbios.
“É preciso que façam alguma coisa para que possamos ter ele aqui no país em relação a sua segurança”, disse Momade, sublinhando que Venâncio Mondlane é o centro do problema pelo facto de ser a pessoa que tem convocado as manifestações.
Para Simango, Venâncio Mondlane deve justificar a sua ausência no diálogo porque teve conhecimento da existência do mesmo.
“Não sei se há uma justificação da ausência do outro candidato. E depois disso terei mais questões a colocar ao longo da discussão no formato um quatro”, disse.
Falando hoje, na live, na sua página de Facebook, minutos após Nyusi ter declarado encontro cancelado, Venâncio Mondlane alega não ter recebido a resposta de nenhum dos órgãos de soberania do país sobre os condicionalismos que havia avançado para poder participar no diálogo.
“Não recebi nenhuma resposta da Presidência da República, não recebi nenhuma resposta da Assembleia da República, do Conselho Constitucional, da Procuradoria-Geral da República; essas são instituições que tomaram conhecimento dos meus pontos prévios”, afirmou Venâncio Mondlane.
As manifestações violentas convocadas por Venâncio Mondlane fizeram mais de 30 mortos e mais de 500 feridos.
(AIM)
Ac /sg