
Mateus Magala, Ministro dso Transportes e Comunicacoes. Foto Arquivo
Maputo, 12 Dez (AIM)- O governo moçambicano reconhece o impacto perverso das manifestações pós-eleitoral no país e avança com um pacote de cinco medidas para garantir o abastecimento em bens e serviços para a satisfação das necessidades básicas da população.
As medidas incluem, 10% de desconto para os transportes interprovinciais de 15 de Dezembro de 2024 a 15 de Janeiro 2025, a isenção de taxas de manuseamento de produtos alimentares no Porto de Pescas de Maputo em 94 toneladas, durante 30 dias, o pagamento de 3,1 mil milhões de meticais dos subsídios dos programas de protecção social básica até 20 de Dezembro.
O pacote estende-se, ao pagamento de pensões e salários na função pública até o dia 20 deste mês, bem como acelerar o pagamento das dívidas do Estado com os fornecedores de bens e serviços, no valor orçado de 1,4 mil milhões de meticais, para conferir capacidade às empresas.
As medidas foram anunciadas na manhã desta quinta-feira pelo ministro de Transportes e Comunicações, Mateus Magala, em presentação do ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, numa reunião com o sector privado.
É neste contexto que o governo tomou algumas medidas de mitigação para o período da quadra festiva, com destaque para alguns produtos da cesta básica, tais como, arroz, óleo, farinha de milho e açúcar, de modo a evitar a subida de preços nesta quadra festiva”, disse Magala no Economic Briefing evento do CTA que analisa as dinâmicas de negócios III trimestre e análise da conjuntura.
A fonte governamental realçou que o actual estágio adverso que o país atravessa é motivado por manifestações pós-eleitorais e requer acções conjuntas com o sector privado, visando ultrapassar os desafios impostos pela actual crise.
“Estas medidas só serão efectivas e com o impacto desejado com o apoio do sector privado. Reconhecemos o papel do sector privado e o seu interesse no aumento da produção e de postos de trabalho com destaque para o desenvolvimento do país”, vincou Magala.
De acordo com o ministro, existem muitos desafios novos e emergentes que o país deve enfrentar urgentemente para alcançar o desenvolvimento sustentável, designadamente, os efeitos adversos da volatilidade dos preços dos géneros alimentícios, bem como a crise da água provocada por secas persistentes, e os impactos das alterações climáticas.
Garantiu que Moçambique tem vindo a promover a diversificação da economia, para tirar proveito dos pontos fortes, através de desenvolvimento de cadeias de valor, prosseguindo com reformas ambiciosas para salvaguardar a estabilidade macroeconómica a fim de alcançar padrões de vida mais elevados para as populações.
Fazendo uma antevisão do crescimento económico, Magala reconheceu que, o ano em curso foi impactado por desafios impostos pela conjuntura económica global, caracterizado pelo abrandamento económico e pelo aumento das tensões geopolíticas, causando um declínio no Investimento Directo (IDE), que reduziu em 3% comparativamente a 2023.
Nesta conjuntura, segundo o ministro, Moçambique enfrenta o desafio em termos de infra-estruturas para de energia, conectividade, transportes e serviços logísticos, necessários para alavancar o seu enorme potencial de crescimento baseado na exploração sustentável de recursos naturais.
Apesar dos desafios, o governo acredita que as perspectivas de crescimento económico a médio prazo são promissoras, “tendo em conta a taxa de crescimento do PIB de 5,4% em 2023, o crescimento moderado esperado de cerca de 4,3% para o ano em curso, e o crescimento esperado do PIB de 13% a partir de 2027, impulsionada pela implementação de novos projectos de gás e petróleo na Bacia do Rovuma”, disse ministro Magala.
(AIM)
PC/sg