
Portagem de Maputo. Foto arquivo
Maputo, 12 Nov (AIM) – A portagem de Maputo na EN4, importante via que liga a capital moçambicana e a Africa do Sul, voltou a operar hoje (12), normalmente, num dia caracterizado por um engarrafamento sem precedentes, na sequência da suspensão, esta quarta-feira (11), das manifestações pós-eleitorais no país.
A cobrança de taxas de portagem aos utentes está a decorrer sem sobressaltos, apesar do ‘boicote’ anunciado pelo mentor das manifestações, o candidato presidencial, Venâncio Mondlane.
Através da sua página no Facebook, Venâncio Mondlane, fez, terça-feira (10) desta semana, uma comunicação anunciando o término quarta-feira (11) da quarta fase da quarta etapa de manifestações (vulgo 4×4), que teve a duração de oito dias de mortes, vandalização de bens públicos e privados, entre outros danos.
Mesmo com o fim dos protestos 4×4, Mondlane prometeu que nenhum automobilista estaria sujeito, à escala nacional, ao pagamento de taxas de portagens até Janeiro de 2025.
A AIM transitou por volta das oito horas da manhã desta quinta-feira (12) pela portagem de Maputo, no sentido Matola-cidade de Maputo.
Na portagem, o motorista do minibus de transporte semi-colectivo de passageiros, em que a AIM se fazia transportar, desembolsou o valor da respectiva taxa como tem sido feito habitualmente.
A única diferença foi a presença de membros das Forças de Defesa e Segurança no local. Normalmente, as instalações da portagem são protegidas por uma empresa de segurança privada.
No entanto, o troço da EN4 entre a zona da CMC (cruzamento de Fomento), na Matola, e a Praça 16 de Junho, na cidade de Maputo, com cerca de cinco quilómetros, era percorrido, esta manhã, por cerca de hora e meia devido ao congestionamento.
Nos últimos três dias de protestos “4×4” (segunda, terça e quarta-feira), a circulação de viaturas, nas cidades de Maputo e Matola, era praticamente inexistente devido à intensidade do bloqueio imposto pelos apoiantes de Venâncio Mondlane. Em alguns bloqueios, os automobilistas eram obrigados a desembolsar quantias em dinheiro para transitar.
Mondlane convoca as manifestações que muitas, amiúde degeneram em violência, a partir de parte incerta.
Além da livre circulação de viaturas pelas portagens, Venâncio Mondlane “decidiu”, ainda, que os “mukheristas [comerciantes informais] devem ter acesso livre, sem taxas, nas fronteiras” até a sua alegada tomada de posse como quinto presidente democraticamente eleito, a 15 de Janeiro de 2025.
Segundo Venâncio Mondlane, todos os impostos e taxas “devem” também estar suspensos.
Encerrar todas explorações mineiras até 15 de Janeiro, e a obrigatoriedade de viaturas dos ministérios [viaturas do Estado] transportarem a população, gratuitamente, durante o regresso às residências, no final do dia, são outras questões que, segundo Mondlane, devem ser observadas.
Os resultados das eleições gerais de Outubro do corrente ano anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) conferem vitória ao partido governamental, a Frelimo, e ao seu candidato Daniel Chapo.
No entanto, Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, contesta os resultados, que ainda estão na fase de validação pelo Conselho Constitucional (CC).
Venâncio Mondlane ameaça novas medidas na segunda-feira (16) referentes a quinta etapa de manifestações desta feita denominadas “Turbo V8”. Ate lá, os moçambicanos, especialmente nas cidades de Maputo e Matola, gozarão de uma paz condicionada por cerca de cinco dias.
(AIM)
Mz/sg