Maputo, 09 Jan (AIM) – O ex-candidato presidencial do partido da oposição PODEMOS, Venâncio Mondlane, chegou hoje (09) a cidade de Maputo, depois de uma ausência de mais de dois meses.
Falando à imprensa, perante centenas de seguidores, no Aeroporto Internacional de Maputo, Venâncio Mondlane disse ter partido de Doha, capital de Qatar.
Ainda no aeroporto Mondlane autoproclamou-se de Presidente segurando uma Bíblia, afirmando que ele é o candidato do povo.
“Moçambicanas e moçambicanos, juro pela minha honra, respeitar a Constituição e as leis, usar todas as minhas energias, físicas, psicológicas, intelectuais, até emocionais, em benefício desta terra para que, em cinco anos, ou em dez anos, se torne uma das maiores nações do mundo. Digo tudo isto, na qualidade de presidente eleito pelo povo moçambicano”, afirmou o ex-candidato.
Questionado sobre o diálogo que o Presidente da República, Filipe Nyusi, manteve hoje com os quatro líderes dos partidos políticos com assento parlamentar, Venâncio Mondlane disse acreditar que se trata de uma plataforma aceitável para a busca de consensos.
“Eu acho que é bom, há sempre um campo em que as pessoas podem dialogar, a única questão é ser um diálogo exclusivo”, referiu, tendo de seguida sublinhado que ele foi eleito pelo povo.
Venâncio Mondlane considera que a sua relação PODEMOS está intacta, apesar da crispação existente entre as partes em conexão com a tomada de posse dos deputados parlamentares a ter lugar na segunda-feira próxima em Maputo,
Sobre o assunto, o presidente do PODEMOS, Albino Forquilha, assegurou quarta-feira (08) que não haverá espaço para mais manifestações pós-eleitorais no país, caso haja um mecanismo criado para iniciar um diálogo entre as partes envolvidas.
“Se tivermos um mecanismo e começarmos a ver que há uma receptividade de se sentar na mesa e dialogar não vejo a necessidade de continuarmos com as manifestações”, disse.
Refira-se que o Presidente da República, Filipe Nyusi, reuniu-se esta quarta-feira com os partidos políticos com assento na próxima Assembleia da Republica (AR) incluindo Forquilha, o secretário-geral da Frelimo, Daniel Chapo, e candidato vencedor das eleições presidenciais, os presidentes, da Renamo, Ossufo Momade; do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Lutero Simango; e da Nova Democracia (ND) Salomão Muchanga. A ND não conseguiu nenhum assento na AR.
Através das lives transmitidas na sua página de Facebook, da parte incerta, Venâncio Mondlane tem convocado manifestações violentas que já causaram a morte de mais de 500 mortes e milhares de feridos.
As manifestações violentas convocadas por Venâncio Mondlane, servem de reivindicação dos resultados eleitorais promulgados pelo Conselho Constitucional (CC) o órgão deliberativo, em última instância, de matérias jurídico-constitucionais e de contencioso eleitoral.
Os resultados deram vitória a Chapo e a Frelimo, o partido que o suportou todo o processo eleitoral, que obteve 65,17 por cento.
O principal adversário de Chapo, Venâncio Mondlane, que foi suportado pelo PODEMOS, assume a segunda posição com 24,19 por cento. Momade, apoiado pela Renamo, amealhou 6,62 por cento; e Lutero Simango, do MDM, teve 4,02 por cento.
A cerimónia de investidura de Chapo está marcada para a próxima quarta-feira (15) na cidade de Maputo.
(AIM)
ac