
Maputo, 15 Jan (AIM) – Moçambique vai passar a contar com uma unidade central dedicada à recolha, análise e partilha de inteligência sobre raptos e crime organizado.
O facto foi avançado pelo Presidente da República, Daniel Chapo, investido hoje (15) após ter vencido as VII eleições presidenciais de 09 de Outubro último.
A cerimónia de investidura de Chapo teve lugar na Praça da Independência, em Maputo, acto dirigido por Lúcia Ribeiro, presidente do Conselho Constitucional (CC), órgão deliberativo, em última instância, de matérias jurídico-constitucionais e de contencioso eleitoral.
Segundo Chapo, que é, igualmente, Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, a unidade central vai fortalecer a capacidade de resposta aos raptos e ao crime organizado que têm assolado algumas cidades moçambicanas, sobretudo em Maputo, Matola, e Beira (província central de Sofala).
“Implementaremos um sistema de alerta de raptos e crimes violentos, permitindo que as ocorrências sejam amplamente divulgadas e os cidadãos possam denunciar de forma rápida e segura”, disse.
Há sensivelmente um ano, o governo disse estar a mobilizar recursos para activar a brigada anti-raptos no país e, na altura, assegurou estarem em formação dentro e fora do país grupos diversificados para o combate aos raptos e crime organizado, que afecta o país desde 2011.
Destacam-se, entre os obstáculos que as autoridades moçambicanas enfrentam no combate a este mal, a falta de meios adequados para fazer face ao crime.
No entanto, uma das estratégias avançadas por Chapo consiste em criar um órgão de policiamento comunitário, composto por residentes locais que, em colaboração com as esquadras, vão monitorar movimentos estranhos e identificar ameaças nos bairros.
A instituição, no Ministério do Interior, de um Serviço de Assuntos Internos, um órgão independente tutelado pelo ministro do Interior, e supervisionado por um painel de civis, cuja missão, segundo Chapo, será investigar possíveis más condutas atribuídas aos agentes da polícia.
Além do fortalecimento das forças policiais e de investigação, o Executivo, segundo Chapo, vai reforçar as instituições competentes na investigação de crimes, como o Serviço Nacional de Investigação Criminal, a Polícia e o Ministério Público, alocando mais recursos, equipamentos modernos e pessoal qualificado.
“Buscaremos apoio e aconselhamento de países amigos que já enfrentaram e superaram desafios similares, garantindo que aprendamos com as melhores práticas internacionais”, afirmou.
Chapo assegurou igualmente que os profissionais serão seleccionados com base em princípios éticos rigorosos e treinados para combater a corrupção, os raptos, tráfico de drogas e seres e órgãos humanos, bem como o crime organizado de maneira prioritária.
Chapo é o 5º Presidente da República de Moçambique independente.
(AIM)
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