
Nampula (Moçambique), 21 Jan (AIM) – As deliberações da Assembleia Provincial (AP) de Nampula, norte de Moçambique, não devem ser partidárias mas sim focalizadas na vontade das populações de viver em paz e desenvolver.
Assim, cada membro da AP tem a responsabilidade de levar Nampula avante para transformar os potenciais recursos em concretos para que sirvam a província e o país, em geral.
Estes conselhos foram feitos por Inocêncio Impissa, mandatário do Presidente da República (PR) à cerimónia de investidura da Assembleia Provincial de Nampula, composta por 103 membros em representação da Frelimo (partido no poder), Podemos (o maior da oposição), Renamo, e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), eleitos a 09 de Outubro passado.
“Qualquer deliberação tomada nesta casa não vai para membros de partidos, mas para a população desta província. Portanto, as decisões nesta casa devem ser vistas como o meio de respondermos às responsabilidades que temos em relação a população”, afirmou.
Anotou que “eis aqui então o momento privilegiado para cada um dos membros e todos deste órgão fazerem esse papel.”
Impissa, que no governo de Moçambique responde pela pasta da Administração Estatal e Função Pública, disse que “o juramento que tem sido feito é dedicar todos os activos em benefício das populações que nós mesmos decidimos representar e fomos escolhidos”.
O mandatário do Presidente Daniel Chapo alertou aos membros da AP de Nampula sobre o esforço que deve ser feito, por cada um, em primeiro lugar, para pacificar a província e colocar as comunidades em harmonia, em alusão aos recentes episódios de manifestações que degeneraram em danos humanos, vandalização, saque e destruição de bens públicos e privados.
“Infelizmente, decidimos criar assuntos de natureza política e envolver a sociedade que não tem nada a ver com a política, e agitamos as populações para destruir bens na rua, escolas, estradas, inclusive bens de particulares que hoje mesmo precisamos”, referiu.
Por isso, Impissa reforçou a ideia de que este tipo de actos deve ser reprovado por todos.
“Actos de irresponsabilidade devem ser reprovados por todos, em particular pelos membros da AP que não podem, não mais, dividir as pessoas que nós representamos. As nossas diferenças políticas não podem sobrepor-se à vontade do povo de viver em paz e desenvolver”, salientou.
Apelou ainda ao bom senso dos membros da AP para que aprovem, com responsabilidade, planos realísticos que assegurem o desenvolvimento da província.
“As nossas diferenças políticas não podem servir de escudo para reprovar ideias, ainda que boas. Não estamos à espera desse tipo de assembleia nesta era de desenvolvimento. Cada um faça o melhor para honrar a confiança da população”, concluiu.
A província de Nampula, o maior círculo eleitoral e a mais populosa de Moçambique, com 6.5 milhões de habitantes, tem 23 distritos, dez dos quais costeiros, e oito municípios.
Mocambique foi palco esta segunda-feira de cerimonias de investidura das 10 assembleias provinciais saídas das últimas eleições gerais.
(AIM)
RI/mz