
Presidente da República, Daniel Chapo, confere posse ao novo Comandante-geral da Policia da República de Moçambique, Joaquim Sive
Maputo, 27 Jan (AIM) – O Chefe de Estado, Daniel Chapo, instruiu hoje (27) o novo comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Joaquim Sive, a ser mais proactivo no combate, sem tréguas, aos raptos e todo o tipo de crimes que apoquentam os cidadãos, particularmente na capital, Maputo.
Chapo, que é igualmente Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, deixou a recomendação durante a cerimónia de tomada de posse do novo comandante-geral da PRM, a quem instruiu para apresentar medidas para estancar a criminalidade.
“Temos que ser mais proactivos ao invés de esperar que as coisas aconteçam para depois buscarmos a solução”, disse.
Vale lembrar que o governo anterior, cujo mandato expirou a 15 de Janeiro corrente, com a tomada de posse do novo Presidente da República, reconheceu a ineficácia da legislação que rege a PRM para, de forma vigorosa, prevenir e combater os raptos.
A falta de equipamento adequado, incluindo tecnologia avançada para prevenir os crimes, é apontado como um dos entraves.
Outro factor que dificulta a detenção dos raptores é a falta de colaboração das vítimas que se recusam de cooperar com as autoridades policiais devido ao receio de sofrerem represálias.
“Cada um de vós está ciente de que o terrorismo, os raptos, o branqueamento de capitais, o incitamento à violência, as manifestações violentas, o cumprimento de ordens ilegais, a desobediência, e outra tipologia de crimes, são partes de ameaças mais visíveis a ordem, segurança e tranquilidade públicas, pelo que o seu combate e erradicação deve constituir a prioridade”, disse Chapo.
Na lista de prioridades de Sive, deve constar igualmente a análise contínua de outro tipo de ameaças, bem como a revitalização da direcção da PRM, para obter novas abordagens que agreguem valores a instituição e dinamizem o combate à criminalidade.
Por isso, o Chefe do Estado quer que o novo comandante-geral dedique todas as suas energias e saber “a bem da pátria moçambicana e do povo moçambicano”.
Num breve contacto com a imprensa, Sive reconheceu que os raptos constituem um dos entraves mais prementes, por isso, sublinhou a sua abnegada entrega no combate à este fenómeno.
“Vamos continuar a combater este crime, certos que temos que contar com pessoas capazes dentro da nossa instituição. É um trabalho interno que temos que fazer para sabermos com quem contar efectivamente para este grande combate”, disse Sive.
Questionado sobre “o excesso da actuação policial durante as manifestações violentas pós-eleitorais nos últimos quatro meses”, Sive admitiu ter havido de facto excesso em alguns casos, reconhecendo a urgência de resgatar a confiança entre a PRM e a população.
“Vamos tudo fazer para que esta questão da ordem pública seja tangível (…) porque nós podemos de ter polícias até aos milhares, termos viaturas que até bastem, mas se nós não tivermos o conforto, não tivermos o apoio, não tivermos o suporte da população, pouco ou nada conseguiremos poder fazer”, disse.
Convocadas pelo ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, que reclama os resultados das eleições presidenciais, que deram vitória a Chapo, e a Frelimo, o partido que o suportou nas eleições, as manifestações tendem a continuar de forma mais localizada.
Refira-se que, no ano passado, o governo depositou na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, a proposta de revisão da lei que cria a PRM e do estatuto do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).
Nomeado quinta-feira (23) por Chapo, Sive ocupa o lugar deixado por Bernardino Rafael, que foi exonerado no mesmo dia.
Antes da sua nomeação, Sive foi promovido à patente de inspector-geral da PRM, na classe de oficiais generais.
O currículo de Sive inclui a sua passagem do cargo de comandante da PRM da província de Sofala, centro do país. Foi igualmente comandante provincial da PRM em Cabo Delgado, província nortenha.
Refira-se que Rafael ocupou o cargo de Comandante-geral desde Outubro de 2017, pelo ex-Presidente da República, Filipe Nyusi, e reconduzido ao cargo em 2021.
(AIM)
Ac/sg