
Maputo, 27 Jan (AIM) – Pelo menos 77 comandos distritais da Polícia da República de Moçambique (PRM) ficaram totalmente destruídos durante as manifestações violentas pós-eleitorais, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane.
O facto foi avançado hoje em Maputo, pelo ex-comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, num breve contacto mantido com a imprensa, minutos após o fim da cerimónia de tomada de posse do novo comandante-geral da PRM, Joaquim Sive.
Sive foi nomeado quinta-feira (24) por Chapo, que hoje dirigiu a cerimónia, na qualidade de Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança.
Rafael disse que deixa a Polícia com 17 famílias que perderam os seus familiares, consequência das manifestações violentas.
Venâncio Mondlane contesta os resultados das VII eleições presidenciais de 09 de Outubro último, cujos resultados foram divulgados a 23 de Dezembro, que deram vitória a Daniel Chapo, que já tomou posse a 15 de Janeiro corrente.
Denominada de “fase V8 das manifestações violentas”, os estragos perpetrados pelos “supostos manifestantes” partiram quase tudo a sua volta, incluindo instituições públicas, esquadras, postos policiais, hospitais, ambulâncias, escolas, creches, mercados, etc; e privadas, nomeadamente lojas, supermercados, viaturas de particulares, portagens.
Chegada a hora de partida, Rafael pediu ao novo comandante-geral para trabalhar no sentido de melhorar tudo o que deixou de concluir na corporação.
“Nós fizemos o que conseguimos fazer; não fizemos o que não conseguimos fazer, se calhar com alguns defeitos, alguns erros; então pedimos aos nosso colegas que estão a assumir a liderança para, primeiro fazer, e fazer bem aquilo que nós não conseguimos fazer, melhorar aquilo que nós fizemos com defeitos”, afirmou.
O ex-comandante-geral da PRM acredita que sai de cabeça erguida da função porque o trabalho da Polícia não tem meta.
Explicou que a criminalidade tende a sofisticar os métodos de sua actuação, pelo que a Polícia deve antecipar-se do crime, exemplificando o fogo posto num armazém de medicamentos, como um dos novos tipos de crime.
Durante a cerimónia, Rafael entregou os símbolos do poder, nomeadamente, bandeira, espólio, espada e estandarte da Polícia, a Chapo.
Refira-se que Rafael ocupou o cargo de comandante-geral desde Outubro de 2017, indicado pelo ex-Presidente da República, Filipe Nyusi, e reconduzido ao cargo em 2021.
(AIM)
Ac/sg