
Maputo, 02 Fev (AIM) – A cidade de Maputo, capital moçambicana, registou mais um rapto ocorrido cerca das 15h00 de sábado (1).
A vítima é um dos filhos do proprietário da loja Bazar Central localizada na Avenida Karl Marx, no centro da cidade de Maputo.
A Televisão de Moçambique (TVM) reporta que a porta-voz da Polícia da República do Moçambique (PRM), Marta Pereira, promete pronunciar-se nos próximos dias sobre o caso.
Testemunhas oculares afirmam que os criminosos estacionaram a sua viatura em frente ao Bazar Central no período da manhã de sábado. Almoçaram nas proximidades, tendo mudado de roupa pouco antes do rapto.
O crime ocorreu quando a vítima estava a sair da loja. As pessoas, que se encontravam nas redondezas, ainda tentaram socorrer a vítima, mas os raptores efectuaram disparos ao ar para dissuadir qualquer tentativa nesse sentido.
Na fuga, os raptores seguiram pela avenida Ahmed Sékou Touré e a população ainda arremessou pedras, mas em vão.
Os raptores escapuliram-se numa viatura Nissan to tipo Elgrand no interior da qual encontravam-se três pessoas encapuzadas. Há informações de que havia uma outra viatura branca que se suspeita pertencer a quadrilha.
Os raptos são um fenómeno que preocupam sobremaneira o governo moçambicano. Por isso, o Presidente da República, Daniel Chapo, prometeu, no seu discurso de tomada de posse, a 15 de Janeiro último, trabalhar no assunto e criar uma unidade central dedicada à recolha, análise e partilha de inteligência sobre raptos e crime organizado.
“Implementaremos um sistema de alerta de raptos e crimes violentos, permitindo que as ocorrências sejam amplamente divulgadas e os cidadãos possam denunciar de forma rápida e segura”, disse.
Destacam-se, entre os obstáculos que as autoridades moçambicanas enfrentam no combate a este mal, a falta de meios adequados para fazer face ao crime.
Aliás, mais de 100 empresários, a maioria dos quais de origem asiática, abandonaram Moçambique, nos últimos anos, devido ao clima de insegurança que instalou no país por temerem a situação de raptos, desde que foi reportado o primeiro caso há 13 anos.
O Presidente do Pelouro de Segurança na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Pedro Baltazar, anunciou recentemente que o número de vitimas gira em torno de 150 empresários vítimas de raptos, com um impacto financeiro calculado em vários biliões de dólares.
“O fenómeno dos raptos está a trazer atrás de si um rasto de criação de exército de desempregados, a cada rapto, cada vez que sai um empresário de Moçambique deixa trabalhadores sem emprego, o mercado de emprego tem sido afectado”, advertiu Baltazar.
(AIM)
sg