
Fórum de recuperação empresarial face as manifestações violentas
Maputo, 25 Fev (AIM)- A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) defende a responsabilização criminal dos indivíduos que, desde o passado dia 21 de Outubro último estão a promover saques e vandalização de bens públicos e privados, causando um prejuízo financeiro acumulado de 32,2 mil milhões de meticais.
Estatísticas indicam que pelo menos 955 Pequenas e Médias Empresas (PMEs) foram afectadas, que resultou na perda de 17 mil postos de emprego.
As PMEs referidas não incluem outras da região da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), pois cerca de 70% de mercadorias passam pelos corredores moçambicanos.
Segundo o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, associado às manifestações violentas, o sector empresarial já previa que mais de um milhão de moçambicanos seriam afectados economicamente.
Vuma falava hoje (25) em Maputo, no encontro que juntou o sector empresarial nacional, num encontro de reflexão sobre as recentes medidas de recuperação económica estabelecidas pelo executivo moçambicano, Banco de Moçambique, associação de bancos comerciais visando alavancar a economia do país.
“Tudo o que nós estamos a ver acontecer no âmbito destas manifestações é crime, invadir domicilio de alguém, seja unidade produtiva ou domiciliar. Portanto, testemunharmos saques e vandalizações, no geral uma onda de violência ligada ao ódio que estamos a visualizar, temos um Moçambique intolerante” disse.
Entre os sectores mais afectados destacam-se a indústria transformadora, alimentar, comércio (armazéns e lojas).
Relativamente aos 17 mil postos de emprego perdidos, afectou na sua maioria os sectores da indústria, hotelaria, restauração, comércio e serviços.
Ainda nesta terça feira (25), o sector empresarial moçambicano reflectiu sobre medidas de recuperação económica. As discussões incidiram para a reestruturação da dívida, financiamento do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e linhas de crédito bonificado.
O financiamento com a linha do INSS será efectuado no formato de uma obrigação desta Instituição junto ao Banco Internacional de Investimento (BNl), a semelhança do que sucedeu na época da Covid 19, quando o INSS desembolsou 600 milhões de meticais e posteriormente BNI efectuou o reembolso.
Enquanto isso, outras PMEs terão apoio directo da banca.
Ressalvou que alguns concidadãos não têm a sensibilidade de que os empregadores são moçambicanos que procuram ter lucros, mas que se identificam com sofrimento dos outros.
No que respeita à segurança, a CTA analisou a onda de raptos que segundo Agostinho Vuma, fez saber que os vídeos que circulam são traumatizantes pela forma como os criminosos tratam as vítimas.
Por outro lado, apelou ao empresariado moçambicano uma reflexão sobre o anúncio da disponibilidade de cerca de 150 milhões de dólares norte americanos destinado a apoio às Pequenas e Médias Empresas (PMEs), afectadas pela onda de saques e vandalização de bens públicos e privados, face às manifestações violentas que persistem.
Refira-se a Polícia da República, esteve desde segunda-feira (24) na fronteira de Goba a tentar desbloquear a via, pelo facto de indivíduos de ma fé terem montado barricadas na via pública.
(AIM)
MR/sg