
Portagem de Maputo. Foto arquivo
Maputo, 26 Fev (AIM) – Pelo menos 15 portagens continuam a não efectuar as devidas cobranças aos veículos que transitam pelas estradas concessionadas as empresas Rede Viária de Moçambique (REVIMO) e Trans African Concessions (TRAC) devido as manifestações violentas que se registam em algumas cidades moçambicanas.
Falando à imprensa, minutos após a 6ª Sessão do Conselho de Ministros, o porta-voz do governo, Inocêncio Impissa, advertiu que o não pagamento das portagens vai começar a impactar negativamente na manutenção das estradas concessionadas que vão deixar de oferecer condições adequadas para uma segura circulação de veículos.
“O país tem assistido cenários estranhos de boicote do funcionamento normal das portagens, mas certamente, daqui a alguns anos, daqui a algum tempo vamos começar a assistir estradas com problemas sérios de acesso, e as próprias portagens sem capacidade de repor essas estradas para poderem funcionar”, disse Impissa.
Há mais de três meses que os automobilistas deixaram de pagar as tarifas de portagem. Em meados de Janeiro último, o governo anunciou a retoma da cobrança das taxas, das portagens, sobretudo das de Maputo-Matola, e de Moamba, província de Maputo, ambas sob a gestão da TRAC.
No entanto, a retoma da cobrança das tarifas tornou as portagens palco de violentos protestos entre os manifestantes e gestores da TRAC, bem como residentes nas zonas próximas das infra-estruturas, que colocavam barricadas na estrada.
Está por detrás do não pagamento das portagens as manifestações pós-eleitorais convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, nas VII eleições gerais ocorridas em 09 de Outubro último, e que teve como vencedor o actual Presidente da República, Daniel Chapo, que foi investido há mais de dois meses.
Impissa explicou que a concessão às portagens visa essencialmente, recolocar as estradas em perfeitas condições de transitabilidade e conforto.
“Mas com a paralisação da capacidade de cobrança, então o recurso para repor essas estradas também vai escassear e depois, voltaremos a reclamar que não se está a fazer nada para a reposição da condição de transitabilidade das estradas”, disse.
O Executivo garantiu que contactos já estão em curso com os intervenientes no processo das portagens de modo a aproximar as partes e fazer com que possam conviver de uma forma harmoniosa.
Explicou que em muitos lugares, parte considerável das pessoas que destroem as portagens são comunidades locais desfavorecidas, que não possuem viaturas.
(AIM)
Ac/sg