
Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Agostinh Vuma. Foto arquivo
Maputo, 28 Fev ( AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) adverte que os impactos das manifestações violentas projectam um quadro assustador, caso se mantenha, podendo resultar na perda de um terço da economia do país até ao final do presente ano.
Segundo o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, agregando os valores dos prejuízos e perdas em todas fases, às manifestações violentas custaram a economia cerca de 32,2 mil milhões de meticais, que representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB), arrastando mais de 17 mil postos de emprego.
”Caso esta situação não mude até ao final do ano, podemos perder cerca de um terço da nossa economia! É muito e assustador, mas é para lá que caminhos, caso não se tomem medidas para a retoma da economia”, advertiu Vuma.
Por isso, disse Vuma, diante deste cenário, os empresários defendem que a condição básica para a retoma empresarial é a reposição da paz e segurança, actualmente é normal alguém chegar nas lojas para ditar preços.
Advertiu que os referidos preços são irrealistas, citando como exemplo as empresas na Machava, em Moamba e Boane, que são vítimas de ameaças constantes e extorsão.
Frisou que não existem condições para a retoma das actividades, tendo em conta que os empresários necessitam de garantias de segurança para os seus estabelecimentos comerciais.
Sublinhou que a lei é clara em Moçambique, é crime vandalizar os bens públicos e privados. O empresariado moçambicano entende haver uma aparente ausência de algumas instituições do Estado que não estão exercer o seu papel na defesa e segurança de bens e vida de terceiros.
“Chegou a hora de agir, quem é o responsável de tudo isto? Porquê o Estado aparece apático à situação? Como está o diálogo político para resolver? E o que tem estado a produzir? questionou Vuma.
Relativamente às medidas de recuperação económica ou melhor instrumentos de apoio, até agora aprovadas e critérios de acesso, a CTA diz que se pode melhorar alguns aspectos no sentido de harmonizar para um instrumento verdadeiramente de apoio.
“Por exemplo, se uma empresa já está endividada no sistema, como poderá aceder à este apoio para recuperar o que perdeu com as manifestações? Os empresários que professam a religião muçulmana informaram que não irão aderir às condições com juro, logo estamos a excluir um grande segmento que ficou gravemente afectado”, disse.
A CTA entende que às linhas de financiamento deveriam apoiar igualmente os empresários que sofreram ou sofrem com o terrorismo e os recentes ciclones, como forma de tornar o apoio inclusivo.
O sector empresarial enaltece o governo pela decisão em volta dos aspectos fiscais, aprovação da isenção do IVA em toda cadeia de valor de óleos, sabões e açúcar.
“Reunimos com os operadores das áreas abrangidas pela isenção, estes pedem celeridade na introdução efectiva da mesma. A questão é que alguns estabelecimentos comerciais começam a receber cidadãos que exigem que os preços sejam retirados o IVA, pelo facto de ter anunciado a isenção “, referiu.
Participaram no evento os ministros das Finanças, Economia e o Presidente da Associação Moçambicana de Bancos, Carla Louveira, Basilio Muahate, Teotónio Comiche, respectivamente e demais convidados.
(AIM)
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