
Namialo(Moçambique), 05 Mar (AIM) – O governador da província de Nampula, Eduardo Abdula, orientou a Polícia para que reforce o patrulhamento para conter a onda de vandalização e roubos em estabelecimentos de ensino em alguns distritos daquela região do Norte de Moçambique.
Abdula deixou esta recomendação após visitar, nesta terça-feira, duas escolas vandalizadas e roubadas por supostos manifestantes, no último fim-de-semana, na vila de Namialo, distrito de Meconta, cerca de 90 quilómetros a norte da capital provincial.
As marcas dos actos de vandalismo, destruição e roubo ainda são visíveis na escola secundária de Namialo, frequentada por cerca de seis mil alunos e na primária de Imputo-Velho, onde ocorreram os distúrbios, sendo que, alguns dos seus autores já foram identificados pela Polícia.
Durante a visita, o governador dialogou com os gestores, professores e alunos desses dois estabelecimentos de ensino e deixou palavras de encorajamento e de alerta.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) mostrou, ao governador, alguns bens recuperados que foram roubados num armazém escolar, um acto de vandalismo liderado por um gestor escolar que se fazia acompanhar de outros dois indivíduos, sendo um deles professor.
O governador disse que as motivações desse tipo de actos de vandalismo são de difícil entendimento, mas que os envolvidos foram identificados e que as autoridades estão no encalço dos mesmos.
Apelou à unidade e diálogo entre as comunidades e as autoridades para que actos dessa natureza sejam denunciados e evitados.
“Deixamos orientação para que haja patrulhamento policial, dia e noite, para que possamos travar qualquer situação. Contudo é preciso recordar que os bandidos levam meses e até anos a planificar uma acção criminosa e o Estado, a Polícia e todos os defensores da ordem e tranquilidade têm menos de um minuto para dar resposta”, disse.
“Então vamos manter o patrulhamento policial, mas pedimos a colaboração da sociedade, dos pais e encarregados de educação no sentido de denunciar qualquer movimento estranho”, apelou.
Aos relatos de que a vandalização ocorrida na escola secundária de Namialo teve como origem os desmaios frequentes de alunas, o governador admitiu que tal facto é uma preocupação e que medidas estão a ser equacionadas para compreensão e resolução do fenómeno.
“É uma enorme preocupação e são factos que estão a acontecer, vamos contactar a academia, pedir ajuda do sector da Saúde para fazermos um estudo e o apoio da sociedade como médicos tradicionais da AMETRAMO, religiosos e todos para que possamos colmatar esta situação” , revelou.
Ainda na vila de Namialo, tida como a capital económica do distrito de Meconta, o governante visitou o centro tecnológico, que após a sua inauguração em 2003, funcionou até 2010 e desde então está inoperativo.
Segundo o coordenador da UCODIN, (Unidade de Coordenação de Desenvolvimento Integrado de Nampula), Vicente Paulo, o centro, que é uma delegação do Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM), trabalhava em estreita ligação com micro-empresas e artesãos do ramo da construção.
Recordando o propósito da sua criação que era estudar e oferecer soluções para o desenvolvimento, com ênfase no conteúdo local, o governador ordenou que a sua equipa entrasse de imediato em acção para o seu resgate.
(AIM)
Rosa Inguane(RI)/dt