
Nampula (Moçambique), 08 Mar (AIM) – A Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, colocou sob sua custódia 14 indivíduos suspeitos de integrarem grupos de desordeiros que, na última quinta-feira, vandalizaram escolas, molestaram alunos e saquearem bens em estabelecimentos comerciais em alguns pontos da província.
Falando a jornalistas nesta sexta-feira (07), a porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Chaúque, disse que, nessas operações, não houve o registo de fatalidades e que entre os 14 detidos estão integrantes de quadrilhas de malfeitores que criaram distúrbios no distrito de Namialo e em algumas escolas primárias e secundárias na periferia da cidade de Nampula.
Na última quinta-feira, o pânico instalou-se, com destaque na escola primária e secundária de Maparra e nas escolas primárias de Marrere e de Mutomote, esta última referida como aquela que alberga maior número de alunos a nível do país, cerca de 20 mil.
“Foram detidos um total de14 indivíduos, sete estão aqui, dos quais cinco no distrito de Meconta e outros dois na cidade de Nampula, que fazem parte do grupo que esteve na escola primária de Maparra, onde arrancaram bens das crianças, e a PRM continua a fazer patrulhas nesse local”, informou a porta-voz.
Chaúque fez a cronologia dos factos da quinta-feira passada. “Tivemos alguns focos de perturbação da ordem, nos distritos de Nampula e Meconta, neste último no posto administrativo de Namialo. Estes actos foram protagonizados por um número indeterminado de indivíduos que montaram barricadas nas vias públicas e obstruíram a livre circulação de pessoas e seus bens”, anotou.
Segundo a oficial da Polícia, agentes da corporação fizeram-se a esses locais e conseguiram repor a ordem pública e, na sequência, foram detidos sete indivíduos.
“Estes indivíduos foram detidos porque, aproveitando-se da manifestação, vandalizou e saqueou bens em estabelecimentos comerciais, alguns dos quais já recuperados e a PRM apreendeu 23 saquetas contendo uma droga denominada crista”, disse.
Os detidos refutam as acusações da PRM e alegam que foram detidos sem razão aparente.
Contudo, a porta-voz desvalorizou estas afirmações dos detidos, pois entende tratar-se apenas de uma manobra de evasão das suas responsabilidades.
“É uma forma encontrada para se evadir da sua responsabilidade, a PRM tem provas e mesmo no bairro Elipse, na cidade de Nampula, alguns destes fizeram assaltos munidos de catanas, marretas e pés de cabra e aterrorizam os residentes. Prosseguem diligências para encontrar outros envolvidos nestes actos”, contou.
Rosa Chaúque, apelou para que a população denuncie prontamente todos os actos tendentes a perturbar a ordem e tranquilidade públicas.
Entretanto, a AIM ouviu pais de alunos da escola primária de Mutomote, no mítico bairro de Namutequeliua, um dos mais antigos da cidade de Nampula, que se manifestaram preocupados com os actos de invasão e destruição daquela unidade.
Uma mãe viu o seu filho menor de doze anos que estuda na Mutomote chegar a casa aterrorizado e com um pé torcido, incidente que ocorreu durante a fuga com medo dos invasores, o que a fez levá-lo a uma unidade sanitária, onde foi-lhe posto gesso, tendo de ficar em repouso por cerca de duas semanas.
Outros relatos referem que pelo menos duas crianças foram esfaqueadas na escola primária de Mapara, por meliantes, dos quais dois encontram-se detidos.
O esfaqueamento ocorreu após as crianças se recusarem a entregar as suas pastas escolares.
(AIM)
Rosa Inguane)/dt