
Porta-voz da 12ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, Salimo Valá,
Maputo, 15 Abr (AIM) – O governo moçambicano aprovou o decreto que cria o Fundo para Recuperação Económica (FRE) no valor de cinco milhões de dólares, destinado às pequenas e médias empresas afectadas pelas manifestações violentas e ilegais que tiveram lugar nos últimos seis meses no país.
O valor, de carácter público, será desembolsado pelo Banco Mundial.
O facto foi avançado pelo porta-voz da 12ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, Salimo Valá, que falava hoje em Maputo, no habitual briefing à imprensa.
Valá, que também é ministro de Planificação e Desenvolvimento, explicou que outros parceiros de cooperação deverão financiar o FRE, que tem natureza de conta bancária dedicada, integrada no Tesouro Público.
“Este fundo surge em resposta a situação que nós tivemos a nível económico, do ano passado a esta parte que muitas empresas, particularmente pequenas e médias empresas, ficaram deprimidas com a situação e o Estado analisou e viu qual era a possibilidade de encontrar uma resposta célere e que pudesse permitir que estas empresas muito afectadas com a situação económica pudessem recuperar”, disse.
Valá afirmou que as empresas elegíveis devem ter os seus planos de negócios e estudos de viabilidade actualizados.
O financiamento do FRE às pequenas e médias empresas é a título de crédito.
“O governo apenas uma taxa bonificada para permitir uma rápida recuperação e eles (empresários) poderem chegar ao ponto de normalidade e desenvolver as suas actividades económicas”, disse.
As manifestações violentas, desencadeadas após a realização das eleições de 09 de Outubro de 2024, culminaram com a destruição de pelo menos 19 fábricas e indústrias.
No mesmo período, as manifestações violentas convocadas pelo candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, resultaram na destruição de 177 escolas, 23 armazéns comerciais, 1.677 estabelecimentos comerciais e 13 farmácias, entre outras infra-estruturas.
Os manifestantes também destruíram 27 unidades sanitárias, 23 ambulâncias, 293 edifícios públicos, 176 postos de rede de energia eléctrica, 12 postos de transformadores eléctricos e 58 torres de comunicações.
Acresce ainda a destruição de 108 casas de cidadãos particulares e centenas de veículos, também de particulares.
Cálculos da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) referem que as manifestações custaram cerca de 504 milhões de dólares à economia do país, e a perda de mais de 17 mil empregos desde Outubro último até Janeiro do presente ano.
(AIM)
Ac/sg