
Maputo, 23 Abril (AIM)- O Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) anunciou hoje (23), em Maputo, que está a mobilizar recursos financeiros para implementar grandes projectos de electricidade.
“São investimentos muito altos, nós temos o empresariado nacional disposto a esses projectos ao longo do país, nas zonas remotas, mas o grande o problema são recursos financeiros”, disse o secretário permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, António Manda, na abertura da IV edição da Conferência Empresarial Renováveis em Moçambique (REN MOZ 25).
O evento é uma iniciativa da Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER), em parceria com Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e junta na mesma sala líderes empresariais, autoridades governamentais, especialistas e investidores nacionais e estrangeiros.
O país tem actualmente acima de 80 por cento da matriz de energias renováveis que integra as energias hídrica, solar, eólicas e biomassa.
“Nós somos campeões em termos de energias renováveis, é só ver a hidroeléctrica de Cahora Bassa, é energia renovável, portanto, quando entrar a central Temane de 400 Megawatts a gás, é que a percentagem vai reduzir. O gás é o nosso recurso e precisamos usar o gás para o desenvolvimento, também o gás ainda é energia limpa e de transição energética “, disse.
Embora, o país tenha cerca de 25 biliões de toneladas de carvão, Moçambique não possui nenhuma central a carvão e o governo não pretende construir uma infra-estrutura de género.
Sobre investimentos em energia eólica, a fonte confirmou a existência de um projecto recentemente aprovado pelo Conselho de Ministros, no distrito Namaacha, província de Maputo, com a capacidade para a produção de 130 Megawatts.
“A qualquer altura será lançada a primeira pedra para sua construção e será a primeira no país”, disse.
Questionado se o país alcançaria a meta do programa energia para todos até 2030, disse Manda respondeu positivamente, mas explica que será com fontes fora da rede.
“Todos sabem que Moçambique é um país vasto, muito grande, as populações estão espalhadas, não é possível levar a rede nacional para todas pessoas, as soluções fora da rede é que vão contribuir para o acesso universal de energia”, anotou,
Aliás, o governo e parceiros estão a implementar vários projectos de mini redes, visando complementar os esforços da empresa Electricidade de Moçambique (EDM), por meio da combinação fora e dentro da rede.
O embaixador da União Europeia em Moçambique, Antonino Maggiore, que participou no evento, disse que a RENMOZ 2025 é a demonstração que as energias renováveis têm um lugar central na cooperação entre União Europeia (UE) e Moçambique.
“É uma das três prioridades da acção da UE, juntamente a educação e o sector digital, como União Europeia, nós temos vários projectos concretos de cooperação para impulsionar a presença do sector privado para aumentar o acesso a energia, nomeadamente, energias renováveis”, disse.
Espera-se que nesta conferência, sejam apresentados vários projectos que irão convergir no papel central do sector privado, das empresas moçambicanas e europeias de modo a promover o emprego a juventude.
O Presidente da Associação Moçambicana de Energias Renováveis, Ricardo Pereira, informou que a conferência traz para a mesa, o debate da estratégia da transição energética em Moçambique.
Já, a directora executiva da ALER, Isabel Cancela Abreu, revelou que a sua organização pretende promover as energias renováveis e cooperação entre vários países de expressão da língua portuguesa, para uma transição energética sustentável e inclusiva.
“Hoje, no RENMOZ 2025, foi demonstrado que Moçambique tem um papel de liderança na Estratégia de Transição Energética, foi apresentado o resumo de renováveis com dados de 2024,em que ficou demonstrado que Moçambique definiu a sua estratégia e está cumprir, foi demonstrado que a taxa de electrificação atingiu 61 por cento, que está perfeitamente em linha com as projecções do governo”,
No final do encontro, a ALER quer transmitir a experiência de Moçambique aos outros países de expressão de língua portuguesa, países africanos e outros cantos do mundo.
(AIM)
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