
Maputo, 24 Abr (AIM) – O crescimento económico médio de Moçambique poderá atingir 5,5 por cento nos próximos cinco anos, incluindo ganhos provenientes da indústria de gás natural liquefeito.
Sem os ganhos da indústria de gás, a previsão é de um crescimento de quatro por cento.
No mesmo período, o crescimento do rendimento per capita devera’ sair dos 662 dólares, para 736,6 dólares, e o país espera a manutenção da taxa de inflação média anual em um dígito, situando-se em cerca de 4,5 por cento.
O facto foi avançado hoje, em Maputo, pela Primeira-Ministra, Benvinda Levi, durante a apresentação da proposta do Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2025-2029 na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano.
Benvinda Levi disse que, nos próximos cinco anos, o país prevê também uma melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O acesso a energia poderá passar para 88 por cento, contra os actuais 60,1 por cento, e nos serviços e cuidados de saúde o acesso poderá atingir 73 por cento, contra os actuais 70,2 por cento.
“Estamos convictos de que só desta forma é que iremos estabelecer pilares sólidos que garantam a reconstrução e relançamento da nossa economia, assim como o contínuo progresso e desenvolvimento socio-económico inclusivo e sustentável rumo a independência económica do nosso país”, afirmou.
No concernente ao pilar I, que inclui o combate à corrupção, o governo, segundo a Primeira-Ministra, vai implementar acções que concorram para incrementar o rácio juiz por 100.000 habitantes de 1.8 para 3.6 e assegurar que mais de 81 por cento do total de casos de corrupção que derem entrada até hoje, sejam acusados.
Já no pilar II do PQG 2025-2029, que versa sobre transformação estrutural da economia, as medidas que o Executivo irá implementar vão incluir a redução da actual taxa de desemprego de 18,4 por cento para 14,7 por cento, e reduzir a importação do gás de cozinha de 100 por cento para 70 por cento.
Em relação ao pilar III, transformação social e demográfica, o governo vai adoptar acções centradas no desenvolvimento do capital humano, reforço da protecção, assistência e inclusão social, bem como na promoção do desporto, cultura, igualdade de género e empoderamento da juventude, capitalizando o dividendo demográfico do país.
A primeira-ministra exemplificou a implementação de programas e subprogramas que permitam reduzir o rácio aluno-professor de 68,1 para 55, elevar a taxa líquida de escolarização no ensino secundário de 33 por cento para 58 por cento, e a taxa bruta de escolarização do ensino técnico profissional de 8,2 por cento para 11,2 por cento.
No próximo quinquénio, o governo espera aumentar a cobertura de programas de segurança social dos actuais 22 por cento para 31 por cento.
Relativamente ao pilar IV, sobre infra-estruturas, organização e ordenamento territorial, o governo prevê construir 7.440 quilómetros de linha de transporte de energia; 3.492 salas de aula para ensino primário; 14 hospitais distritais; 12.100 habitações sociais, bem como 1.766 sistemas de abastecimento de água nas zonas rurais.
E, no pilar V, sustentabilidade ambiental, mudanças climáticas e economia circular, em 2029, de acordo com a Primeira-ministra, o governo espera aumentar a taxa de cobertura de serviços meteorológicos nos distritos, passando dos actuais 55 por cento para 84 por cento e incrementar os sistemas de aviso prévio integrados de 13,3 por cento para 33,3 por cento.
“Excelências, estas são algumas acções concretas que nos propusemos materializar a fim de alcançarmos o objectivo central do PQG 2025-2029”, vincou.
O PQG 2025-2029 visa acelerar o crescimento económico inclusivo e sustentável, com foco na diversificação da economia, criação de empregos, modernização de infra-estruturas e gestão racional dos recursos naturais, bem como reduzir a pobreza e desigualdades sociais e espaciais e o estabelecimento dos alicerces para a independência económica do país.
(AIM)
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