
O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), através da Academia Política da Mulher, em parceria com a Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) e a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), realizam uma mesa-redonda que visa o Fortalecimento da Participação das Mulheres no Diálogo no Diálogo Nacional Inclusivo. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 19 Jun (AIM) – O Presidente da Comissão Técnica para o Diálogo Nacional Inclusivo, (COTE), Édson Macuácua, reuniu-se esta quinta-feira (19) com as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) para definir mecanismos que garantam a participação efectiva da mulher em todas as etapas do processo.
“Queremos garantir que as mulheres sejam parte importante e activa no processo do diálogo nacional, onde terão uma palavra a dizer e esperamos que elas também se apropriem deste processo. O diálogo nunca seria um sucesso sem a participação da mulher, porque a mulher representa a maior parte da população moçambicana”., disse
Macuácua falava esta quinta-feira (19), em Maputo, durante uma mesa redonda, onde sublinhou o papel crucial da participação das mulheres no processo do diálogo.
“As mulheres têm sensibilidades psíquicas e apuradas para determinadas matérias. Por isso, elas podem nos aconselhar melhor, bem como trazer experiências vividas por elas para que sejam tomadas em consideração”, acrescentou.
Na ocasião, partilhou sobre o estágio actual do processo de selecção de personalidades da sociedade civil.
“O processo está em curso, e a informação de quantos candidatos temos será partilhada depois do dia 30, por uma questão de transparência. Se começamos a abrir agora podemos ser tentados a influenciar o processo”, referiu.
Encorajou ainda à candidatura massiva das mulheres para integrar a Comissão Técnica, actualmente composta por 18 membros, sendo seis mulheres e 12 homens, por forma a representarem a sociedade civil.
Macuácua manteve compromisso no respeito ao equilíbrio do género. “Vamos manter a nossa coerência em termos do respeito ao princípio do equilíbrio do género, bem como privilegiar a existência dos géneros masculino e feminino, por isso aquando da chegada da segunda fase, encorajamos a candidatura das mulheres para os diferentes grupos de trabalho.
Referiu que no exercício de auscultações, debates e mesas redondas serão discutidos assuntos específicos que interessam as mulheres, e estas poderão partilhar ideias e aspirações de modo que se reflictam no processo do diálogo.
Manifestou, também, abertura para acolher iniciativas de mulheres estruturadas na sociedade civil, assim como para responder positivamente convites de organizações de mulheres activas que pretendam participar no diálogo trazendo a sua visão e contribuições.
Por outro lado, as OSCs defendem a união de esforços para a redução das barreiras estruturais e socioculturais que limitam a participação equitativa e efectiva de mulheres em processos políticos e de reforma, paz e reconciliação nacional.
Afirmam que vários estudos sustentam que quando as mulheres participam, aumentam em 20% a probabilidade de que os acordos durem pelo menos dois anos do que quando elas não participam Por isso, no entendimento dos organizadores, a presença das mulheres nos processos de paz não é apenas uma questão de justiça social, é uma condição para alcançar acordos sustentáveis.
“O actual contexto político marcado por tensões pós-eleitorais e pela necessidade de consolidar a paz, estabilidade e reconciliação nacional, reforça ainda mais a necessidade de cada vez maior e melhor envolvimento das mulheres, em processos de tomada de decisão”, afirma o Instituto para Democracia Multipartidária (IMD).
Além disso, a coordenadora de projectos do IMD, considera que a maximização da participação das mulheres durante o processo de auscultação pode influenciar na Agenda Política Nacional e consolidação da democracia. “As mulheres não devem ser deixadas de fora quando iniciar o processo de auscultação”.
O evento contou com a parceria da Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) e a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC).
(AIM)
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