
Foto: Mãe adolescente: UNICEF
Maputo, 21 Jun (AIM) – O director adjunto do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e representante dos parceiros de cooperação, Yannick Brand, manifestam a sua preocupação com a elevada prevalência de casos de gravidez precoce de raparigas de 15 a 19 anos de idade, aliado a dietas familiares pouco diversificadas, sobretudo em crianças de 6 meses a 2 anos de idade .
“Reconhecemos também o contexto nacional e global de recursos limitados face a necessidade cada vez mais crescente. Este cenário exige de nós uma actuação estratégica de modo a priorizar e utilizar os recursos disponíveis de forma eficaz e orientar para resultados focados nas áreas com maior impacto”, disse.
Brand falava no decurso do lançamento da política de Segurança Alimentar e Nutricional e Estratégia de sua implementação (PESAN 2024-2030), que teve lugar na capital moçambicana na semana passada.
Segundo a fonte, o PESAN 2024-2030 é fruto de um processo participativo e fornece um quadro orientador para a operacionalização e implantação da legislação de políticas e programas multisectoriais adequado.
“Está alicerçado numa abordagem integrada e holística que busca congregar e mobilizar esforços dos diferentes actores chaves do governo, sociedade civil, académicos, sector privado e parceiros de cooperação a todos níveis.
Ressalvou que ao longo dos últimos 13 anos, o país avançou significativamente na luta contra a desnutrição infantil. Por isso, menos de 2,5 por cento das crianças no país sofre de desnutrição aguda comparativamente aos 4,5 por cento registados em 2011.
Em contrapartida, a taxa de desnutrição crónica entre menores de 5 anos de idade, reduziu de 43 por cento em 2011 para cerca de 37 por cento, segundo dados do Inquérito Demográfico da Saúde (ODS).
“Estes progressos são motivo de encorajamento e só foi possível graças a uma abordagem multissectorial com acções coordenadas e um forte compromisso e engajamento de todos, embora exista ainda alguns desafios”, referiu.
Yannick Brand, explica que as discrepâncias entre as diferentes regiões são visíveis particularmente nas províncias do centro e norte, onde uma em cada duas crianças sofre de desnutrição crónica.
“Isso quer dizer não atingirão o seu desenvolvimento pleno tanto físico como mental. Entre várias causas subjacentes, a desnutrição e elevada prevalência de gravidezes precoces, dietas familiares pouco diversificadas particularmente entre crianças dos seis a dois anos de idade, são algumas das mais preocupantes.
Destacam-se entre vários desafios que Moçambique enfrenta impacto crescentes das mudanças climáticas que afectam a disponibilidade e o acesso a alimentos fundamentais e serviços básicos essenciais.
“A meta do país de reduzir a prevalência da desnutrição crónica para abaixo de 30 por cento até 2030, ainda parece distante, temos que dobrar os resultados que foram atingidos em 2011 e a necessidade de acelerar e melhorar e impacto dos nossos esforços conjuntos.
“Nós pensamos que juntos é possível atingir as metas através de investimentos fortalecidos cuidados primários de saúde, cobertura e acesso as fontes seguras de água, higiene e saneamento, protecção social para os mais vulneráveis, agricultura sustentável e melhoria dos ambientes alimentares”, disse.
(AIM)
MR/sg