
Maputo, 26 Jun (AIM) – O Ministério do Trabalho, Género, Criança e Acção Social destaca três barreiras que impedem o acesso da criança a educação em Moçambique.
A directora nacional de género, criança e acção social Seana Daúd aponta o facto de as crianças na sua infância serem ensinadas que o lugar da mulher é na cozinha.
Os pais preocuparem-se mais com uniforme escolar para rapazes e, nas zonas recônditas, as crianças em vez de fazer o trabalho para casa (TPC) o obrigadas a ajudar a venderem algo nos mercados formais e informais.
“Estas são maiores barreiras que nós apesar das distâncias que temos em algumas escolas”, disse Daúd falando hoje (26) em Maputo na apresentação pública do jogo “Lista da vida” uma iniciativa inspirada no tradicional jogo de Glória português.
A iniciativa “Marias Meninas”, é promovida pela Helpo e Fundação Fé Cooperação (FEC) em parceria com CEI-ISCTE, e financiado pelo Camões- Instituto da Cooperação e da Língua.
Segundo Seana Daúd, o governo continua a envidar esforços para a protecção social e mitigação das assimetrias, garantir a aplicabilidade de políticas e estratégias do governo e iniciativas da sociedade civil, entre outros.
“A criança do meio rural apesar de os pais estarem cientes da importância de ir à escola não dão tanto valor. Por exemplo, na região sul os pais dão mais valor levar o gado a pastar do que levar a criança a escola”, disse.
Entretanto, o governo afirma estar a trabalhar com líderes comunitários e país para que saibam da importância de levar os filhos à escola, pois é preciso garantir que estas crianças tenham um futuro saudável, sejam meninas ou meninos, pois ambos têm um papel transformador na sociedade.
“É importante também que as próprias crianças, através de educadores nas escolas, entendam que o futuro depende deles”, referiu.
Ressalvou que no meio urbano os problemas têm a ver com a localização, transporte e às vezes superlotação nas salas de aulas.
Estima-se que nas zonas centro e norte cerca de 50 por cento de meninas após terminar o ensino primário atingem a puberdade e são convidadas a abandonar a escola.
O gestor do projecto Marias Meninas fez saber que a iniciativa prevê a atribuição de 102 bolsas de estudo para o ensino secundário, bem como capacitar 100 estudantes para conclusão da escola secundária.
Sublinhou que as raparigas são obrigadas têm muitos papeis a desempenhar, tais como ir à machamba, trabalho doméstico, cuidar dos idosos e, como consequência a escola fica secundarizada.
(AIM)
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