
Chegada do Presidente da República a Sevilha, Espanha
Maputo, 29 Jun (AIM) – O Presidente moçambicano, Daniel, Chapo, já se encontra na Espanha para participar, na IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento, em Sevilha.
O evento deverá culminar com a adopção do “Compromisso de Sevilha”, uma nova estratégia global de financiamento para impulsionar a Agenda 2030, cujo epicentro são os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Durante a estadia, de cinco dias, o Chefe do Estado moçambicano manterá encontros de alto nível com o Rei de Espanha, com o Presidente do Governo espanhol e com autoridades da Comunidade Autónoma da Andaluzia, região com a qual Moçambique mantém cooperação activa.
“É mesmo uma honra, porque nem todos os chefes de Estado vão ter este privilégio de se encontrar com a Sua Majestade”, destacou a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria dos Santos Lucas, em nota de imprensa da Presidencia da República.
A presença de Moçambique nesta conferência decorre num contexto estratégico: o país posiciona-se entre os cinco parceiros africanos prioritários para a cooperação espanhola e procura ampliar a sua inserção nas novas dinâmicas de financiamento global, explicou a governante.
A ministra confirmou ainda que o Chefe do Estado manterá encontros com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e com representantes da comunidade moçambicana residente em Espanha.
“Estamos a dizer representantes porque estamos em Sevilha, que é um pouco distante, então vamos ter alguns representantes da comunidade moçambicana também, ainda hoje”, disse citada na nota.
Questionada sobre a possibilidade de assinatura de acordos bilaterais com Espanha durante esta visita, a ministra foi clara: “É de cortesia. É mesmo para participar nesta Cimeira. Mas é sempre de praxe encontrar-se com as lideranças do país anfitrião. […] Nós fazemos parte dos cinco países prioritários da Espanha, no continente africano”.
A IV Conferência de Sevilha reúne líderes políticos, financeiros e comerciais desafios do desenvolvimento global, incluindo o comércio justo, a dívida pública e os fluxos de financiamento.
Segundo a ministra das Finanças, Carla Loveira, Moçambique se apresenta na conferência com uma agenda clara e estruturada.
“O nosso país tem que se reposicionar, ouvindo a nova dinâmica internacional relativamente ao financiamento e ao desenvolvimento, para que nós possamos ver as novas janelas de financiamento existentes”, disse, sublinhando que serão debatidos seis grandes temas com forte interesse nacional, incluindo a mobilização de apoio ao orçamento, o fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas e a sustentabilidade da dívida pública.
A ministra destacou ainda que Moçambique vai partilhar a sua experiência em três áreas principais: inclusão financeira, transição energética e financiamento climático.
“Estamos a trabalhar para um banco de desenvolvimento”, afirmou, indicando também avanços no financiamento verde, na adesão a mecanismos do Debt for Climate Swap e na implementação do seguro climático.
Sobre a estratégia de Debt for Climate Swap, Loveira explicou: “É uma abordagem em que o serviço da dívida existente pode ser utilizado para financiar acções relacionadas ao financiamento climático, como infra-estruturas resilientes ao clima […]. Já celebramos algum acordo, como é o caso da Bélgica”.
Em relação aos compromissos internacionais de longo prazo, a ministra das Finanças assegurou que Moçambique está alinhado com a Agenda 2030 e com a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Económico. “Já estamos com cinco anos do terminar da agenda 2030.Estratégia Nacional de Desenvolvimento Económico, onde temos cinco pilares que agregam os 17 objectivos da agenda 2030”, concluiu.
(AMI)
Sg/