
Director-geral da ExxonMobil Moçambique, Arne Gibbs, falando na abertura da 10.ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia em Maputo
Maputo, 22 Set (AIM) – A multinacional petrolífera ExxonMobil, operadora da área 4 na bacia do Rovuma, reitera que a segurança continua a ser factor indispensável para a concretização dos seus projectos de gás natural na província de Cabo Delgado, em Moçambique.
A posição da ExxonMobil Moçambique foi expressa pelo director-geral, Arne Gibbs, falando na abertura da 10.ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique, em cuso em Maputo.
Destacou que a estabilidade proporcionada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) tem sido notável, mas reforçou que “o fim do conflito é crucial para garantir um ambiente sustentável de desenvolvimento”.
Sublinhou que a decisão final de investimento (FID) só será possível após o levantamento da força-maior, que levou a suspensão das operações da companhia francesa TotalEnergies na Área 1.
Referiu que após o levantamento da cláusula força-maior e melhoria do ambiente de segurança a produção poderá arrancar em 2029/2030.
Num outro desenvolvimento, Gibbs que a ExxonMobil está a concluir a fase de estudos técnicos e actividades preparatórias que poderão culminar com a decisão final de investimento. “Estamos a trabalhar com o Plano de Desenvolvimento e com parceiros, sempre assumindo que a força-maior será levantada. Caso contrário, poderá haver impacto na linha do tempo”, explicou.
O arranque da produção de GNL está programado para 2029/2030, com investimentos superiores a 300 milhões de dólares só na fase inicial, incluindo expansão de infra-estruturas em Afungi, criação de mais de 400 empregos directos para moçambicanos e dinamização imediata da economia nacional.
Gibbs sublinhou que os benefícios começam logo após a decisão de investimento: “Os rendimentos, os impostos, os empregos e as oportunidades para o país acontecem imediatamente, não apenas quando o gás começar a fluir”.
Inspirada na experiência bem-sucedida da Papua Nova Guiné, a ExxonMobil pretende replicar em Moçambique o modelo de envolvimento comunitário e conteúdo local.
“Queremos a participação de empresas moçambicanas. O Moza Banco já fornece informações sobre concursos e certificações, e convidamos todos a integrar os nossos fóruns de fornecedores”, disse, advertindo que regras demasiado rígidas podem acabar por prejudicar o conteúdo local.
O projecto prevê a construção de gasodutos submarinos a mais de 1.500 metros de profundidade, o transporte do gás até Afungi e a liquefacção numa planta com capacidade para processar 18 milhões de toneladas por ano.
Gibbs encerrou a sua intervenção com uma mensagem de confiança: “Acreditamos que o futuro de Moçambique no sector energético é brilhante. Com estabilidade e cooperação, este será um marco transformador não só para o país, mas para toda a região”.
(AIM)
Paulino Checo/sg