
Presidente da República discursa na Reunião de Alto Nível por ocasião do 30º Aniversario da 4ª Conferencia Mundial sobre Mulheres, em Nova Iorque
Maputo, 23 Set (AIM) – O Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou na segunda-feira (22), em Nova Iorque, o compromisso inabalável de Moçambique com o empoderamento das mulheres.
Chapo deixou a convicção durante a Reunião de Alto Nível que assinalou o 30.º aniversário da IV Conferência Mundial sobre a Mulher e da adopção da Declaração e Plataforma de Acção de Beijing.
Na sua intervenção, o Chefe do Estado sublinhou que Moçambique definiu como prioridades da Agenda de Beijing garantir às mulheres “liberdade da pobreza, através da promoção do acesso a recursos produtivos e oportunidades económicas” e assegurar “zero violência, com foco particular na erradicação do feminicídio e de todas as formas de violência baseada no género”.
Segundo Chapo, o país registou avanços significativos nos últimos 30 anos. “Alcançámos a paridade de género no Conselho de Ministros e no Parlamento. Quase 50 por cento das raparigas do nosso país estão matriculadas em todos os níveis de ensino, aumentámos o número de partos institucionais de 48 por cento para 65 e temos mulheres em lugares de liderança nos mais altos órgãos de soberania do Estado”, afirmou.
O Presidente destacou ainda a criação de mais de 30 Centros de Atendimento Integrado para combater a violência de género. Também apontou como exemplo do empoderamento da mulher os cargos ocupados actualmente na liderança, incluindo a Primeira-Ministra, a Presidente da Assembleia da República, a Presidente do Conselho Constitucional e a Presidente do Tribunal Administrativo.
Apesar dos progressos, o Chefe do Estado reconheceu que Moçambique continua a enfrentar desafios estruturais. “Cerca de 44 por cento das nossas raparigas estão em uniões prematuras, 68 por cento foram vítimas de violência baseada no género e 27 por cento das mulheres continuam desempregadas”, referiu.
Chapo alertou igualmente para os riscos impostos pelas novas tecnologias. “Cientes das novas fronteiras de desigualdade que estão a emergir com a inteligência artificial e tecnologias digitais, que afectam de forma desproporcional a empregabilidade das mulheres, Moçambique está a integrar nos currículos e a promover o acesso das raparigas às ciências e tecnologias digitais”, disse.
Adoptada em 1995, em Pequim, a Declaração e Plataforma de Acção de Beijing estabeleceu uma agenda global para a promoção da igualdade de género e dos direitos das mulheres.
Volvidas três décadas, Moçambique juntou-se à comunidade internacional para avaliar avanços e desafios na concretização desses compromissos.
(AIM)
NL/sg