Primeira-Dama da República dirige a cerimónia central alusiva ao Dia Mundial da Contracepção
Maputo, 26 Set (AIM) – A Primeira-Dama de Moçambique, Gueta Chapo, defende o reforço do acesso dos adolescentes e jovens a métodos de contracepção moderna, porque reduz as gravidezes precoces e indesejadas, e protege a saúde das raparigas, o que assegura a sua permanência na escola.
O apelo foi proferido esta sexta-feira (26), no distrito de Boane, província meridional de Maputo durante as cerimónias alusivas ao Dia Mundial da Contracepção, celebrado sob o lema “O Planeamento Familiar é um Direito Humano e Fundamental”.
Chapo destacou a importância da data, sublinhando que Moçambique aderiu à iniciativa em 2014, juntando-se a mais de 70 países e organizações não-governamentais.
“Ao celebrarmos hoje este dia, fazemo-lo em homenagem a todos os adolescentes e jovens, independentemente do seu estatuto social, económico, político, religioso ou condição física, como forma de promover cada vez mais o acesso à informação e aos serviços de contracepção moderna”, afirmou.
A Primeira-Dama destacou que o planeamento familiar envolve um conjunto de informações e serviços essenciais, tendo alertado que a gravidez precoce constitui um grave problema de saúde pública no país, com impacto negativo para a rapariga, a família e a comunidade.
Explicou que, quando uma rapariga engravida precocemente, pode enfrentar problemas como as fístulas obstétricas, mais frequentes entre meninas.
Gueta Chapo que o sistema reprodutor de uma jovem de 11, 12, 13 ou 14 anos de idade, ainda não está preparado para desenvolver um feto no útero, facto que concorre para enfrentar muitos riscos durante o parto.
“Vamos imaginar que uma menina de 12 ou 13 anos [de idade] esteja grávida e que o seu bebé dentro da barriga tenha mais de cinco ou quatro quilos; como é que será o parto? Minhas mães que já têm experiência do parto, se uma mulher adulta com 20, 25, 30 anos [de idade] está grávida e seu bebé tiver mais de três quilos passa mal para dar o parto, vamos imaginar uma rapariga, quais são as consequências?”, indagou.
A esposa do Presidente da República realçou que muitas acabam sujeitas a cesarianas precoces, e com implicações sociais da maternidade precoce.
Segundo Gueta Chapo, o planeamento familiar não beneficia apenas adolescentes e raparigas, mas também mulheres em idade reprodutiva que pretendem evitar gravidezes seguidas ou programar o espaçamento entre filhos.
“O planeamento familiar é bom, previne a gravidez precoce para as nossas raparigas e não só, também para as mulheres; se uma mulher não quer engravidar seguidamente, ela pode aderir ao planeamento familiar. Também ajuda a mulher a ter o espaçamento de quantos e quantos anos ela quer voltar a estar grávida”, vincou.
A Primeira-Dama sublinhou que a adesão à contracepção é essencial para a saúde materna e infantil, advertindo de seguida que engravidar logo após o parto, sem dar tempo suficiente de recuperação ao corpo da mulher, é prejudicial.
Acrescentou que, se uma mãe volta a engravidar antes de o bebé completar um ano e seis meses, surgem dificuldades, pois a atenção da mulher fica dividida entre o filho pequeno e a nova gestação.
(AIM)
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