Foto família. Jovens moçambicanos e finlandeses discutem paz e reconciliação nacional em Maputo
Maputo, 30 Set (AIM) – Jovens moçambicanos defendem que a reconciliação nacional não deve ser vista como um evento pontual, mas sim como um processo contínuo que exige a inclusão efectiva deste segmento populacional nos espaços de decisão política, económica e social.
A posição foi manifestada durante uma mesa-redonda promovida pelo Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), em parceria com a Embaixada da Finlândia e a UNICEF Finlândia, que juntou hoje (30), em Maputo, representantes da juventude dos dois países.
Os jovens moçambicanos afirmaram que “a juventude não é o futuro, mas o presente de Moçambique”, sublinhando que cabe às novas gerações protagonizar a construção da paz e da democracia.
Entre os principais desafios, destacaram-se a manipulação política nas redes sociais, corrupção, exclusão dos jovens nos órgãos de decisão, falta de oportunidades de emprego e habitação, bem como a fragilidade institucional.
Para os intervenientes, a paz sustentável não se alcança apenas com o cessar das armas, mas através da justiça social, do fortalecimento das instituições e de uma governação inclusiva.
A coordenadora de programas do IMD, Lorena Mazila, defende que a participação juvenil é condição indispensável para a reconciliação em Moçambique. Sublinhou que o diálogo nacional inclusivo em curso constitui uma oportunidade fértil para a juventude influenciar transformações e garantir que as suas vozes sejam ouvidas.
Já a delegação finlandesa partilhou práticas democráticas do seu país, onde a oposição dispõe de amplo espaço de actuação, incluindo acesso aos meios de comunicação e presidência de comissões parlamentares.
Sublinhou-se que a educação universal foi a base da democracia finlandesa, embora persistam desafios como o desemprego juvenil, polarização política e a integração de imigrantes.
Já a embaixadora da Finlândia acreditada em Moçambique, Satu Lassila, recordou que a Resolução 2250 do Conselho de Segurança da ONU reconhece a juventude como peça central na consolidação da paz. Frisou que “a paz não é possível sem justiça, e a justiça não é possível sem vontade política”, incentivando os jovens a assumirem um papel mais activo.
Participaram no evento jovens políticos, académicos, representantes de partidos políticos, sociedade civil, UNICEF e Embaixada da Finlândia, no âmbito do projecto Pro-Cívicos e Direitos Humanos.
(AIM)
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