Antigo Presidente moçambicano, Armando Guebuza
Maputo, 31 Out (AIM) – O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, defende ser urgente os moçambicanos arregaçarem as mangas e serem mais optimistas quanto ao processo de construção e desenvolvimento do país.
Num breve contacto estabelecido com jornalistas, minutos após o fim da audiência que concedeu à Federação Moçambicana de Empreiteiros (FME), Guebuza apelou aos moçambicanos para se distanciarem de conversas sobre fracassos porque apenas exacerbam o insucesso.
“Eu não falo de falhanços pois sempre que falam de falhar, falhar, falhar, falhamos mais; é preciso ter uma atitude mais positiva”, disse, sublinhando que os moçambicanos deveriam estar mais preocupados em participar no processo de desenvolvimento do país.
“Celebrar fracassos não ajuda, e apenas provoca mais fracassos”, disse Guebuza, acrescentado de seguida que “temos que celebrar as nossas riquezas, que são a nossa auto-estima e a nossa capacidade de continuar a transformar este mundo em um mundo melhor”.
Questionado sobre a exploração do gás natural, liderada pelas multinacionais, o antigo Chefe do Estado referiu não fazer sentido que os moçambicanos estejam constantemente a falar das riquezas existentes no país, sobretudo em momentos frustrantes, mas não se aproveitarem dos recursos naturais.
“Não faz sentido que”, acrescentou, “tenhamos muita riqueza e só falarmos da riqueza, sobretudo nos momentos de frustração; utilizemos as riquezas; e a maior riqueza é nessa capacidade que vocês [jornalistas] têm de pensar e fazer as coisas, de construir e de motivar os outros moçambicanos a melhorar ainda cada vez mais este nosso grande país, Moçambique”.
Segundo Guebuza, em situações de grande dificuldade, é necessário continuar a trabalhar e apostar cada vez mais na união para enfrentar os desafios.
“Quando é difícil, o que fazemos? Trabalhamos, unimo-nos, abraçamo-nos e combatemos. Aumentamos, reforçamos as nossas convicções; não é porque continua haver problema que nós deixamos de enfrentar os problemas, quando é assim, aumentamos cada vez mais o vigor”, explicou.
Guebuza, que dirigiu o país entre 2004 e 2014, apela aos moçambicanos a resignarem dos pensamentos que comprometem o desenvolvimento.
Por seu turno, o presidente da FME, Bento Machaila, disse que a audiência visava anunciar Guebuza como patrono das comemorações dos 20 anos da agremiação, e de partilhar o plano de actividades da efeméride.
“Vossa Excelência não só promoveu a criação da FME como determinou, por despacho do então ministro das Obras Públicas e Habitação, que o Ministério alocasse à Federação e às associações provinciais de empreiteiros instalações e recursos humanos, gesto que foi determinante para a estruturação e consolidação do movimento associativo do sector”, disse.
Durante o mandato de Guebuza, segundo Machaila, “foram erguidas obras de referência como a Ponte Maputo-Katembe, a Estrada Circular de Maputo, o Estádio Nacional do Zimpeto e a Vila Olímpica, as pontes Kassuende e Armando Guebuza, sobre o rio Zambeze, e outras intervenções estruturantes que transformaram o rosto do país e elevaram a capacidade técnica da engenharia moçambicana”
(AIM)
Ac/sg
