Pescadores na praia nova na cidade da Beira. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 06 Nov (AIM) – O Governo moçambicano pretende estimular a pesca artesanal para torná-la mais sólida e sustentável, contribuindo para o crescimento da economia azul.
A garantia foi dada hoje, em Maputo, pelo Secretário de Estado do Mar e Pescas, Momade Juízo, durante a abertura da 7ª Reunião Anual entre o Governo e Organizações da Sociedade Civil que actuam na área marinha e costeira (GOSCMAR).
“Queremos, deste modo, estimular o desenvolvimento de uma economia pesqueira artesanal mais sólida e sustentável, num contexto de maior resiliência às mudanças climáticas, de forma que este subsector também contribua para o crescimento da economia azul no país”, explicou a fonte.
Destacou ser fundamental assegurar que os projectos e recursos financeiros mobilizados em nome das comunidades sejam utilizados de forma racional, evitando duplicação de esforços nas mesmas áreas ou sobre a mesma matéria.
Por isso, apelou às OSC para intensificarem acções de sensibilização junto as comunidades costeiras, reforçando a mensagem de que os recursos marinhos são finitos.
“Assim, exortamos para que mais iniciativas de fortalecimento da resistência, da resiliência das comunidades sejam promovidas, territorizando a mensagem importante de que os recursos do oceano são finitos e tudo quanto neles colocarmos deve ser feito de forma sustentável”, frisou.
Juízo alertou ainda que o trabalho deve incidir especialmente sobre os pescadores artesanais, que representam a maioria dos praticantes da actividade pesqueira no país e contribuem com cerca de 90 por cento da produção nacional.
Manifestou igualmente preocupação com os impactos negativos das mudanças climáticas no ecossistema marinho, enfatizando a necessidade de uma resposta colectiva.
“Reconhecendo os desafios no âmbito dos impactos das mudanças climáticas, da protecção dos oceanos e dos ecossistemas marinhos, do combate à pesca ilegal e a outras práticas nocivas à saúde dos oceanos, e o lixo plástico e a poluição marinha, urgem acções mais concertadas entre todos os actores para reverter este cenário”, afirmou.
Por sua vez, o director executivo do Fórum das Organizações da Sociedade Civil para a Área Marinha e Costeira (FOSCAM), Tomás Langa, reafirmou a disponibilidade da sociedade civil em trabalhar com o Governo.
“Neste sentido, o FOSCAM está disponível para colaborar e contribuir com o Governo na busca de soluções para estes desafios através da partilha de conhecimento, da realização de parcerias estratégicas e da promoção do diálogo entre as diferentes partes interessadas”, disse.
Langa acrescentou que “juntos, Governo e sociedade civil, de forma integrada e coordenada, podemos alcançar uma gestão mais sustentável e equitativa dos recursos marinhos e costeiros de Moçambique em prol de um futuro melhor para as gerações presentes e futuras”.
O evento decorre sob o lema “Indústria extractiva e sustentabilidade nas zonas marinhas e costeiras em Moçambique”, e tem como objectivo reforçar o diálogo e o alinhamento das acções das OSC com as prioridades nacionais de governação sustentável do mar, conservação da biodiversidade e promoção da economia azul.
(AIM)
SNN/sg
