Maputo, 12 Dez (AIM) – O comércio bilateral entre Moçambique e Itália atingiu a fasquia dos 424 milhões de euros entre Janeiro e Agosto do presente ano, consolidando uma trajectória de crescimento que reforça a importância estratégica da parceria económica entre os dois países.
A informação foi partilhada pelo subsecretário de Estado italiano para os Negócios Estrangeiros, Giorgio Silli, no contexto da visita oficial do Presidente da República de Moçambique à Itália, sublinhando o novo dinamismo das relações económicas.
Segundo Silli, o aumento na ordem de 20 por cento no volume das trocas comerciais reflecte a recuperação após a desaceleração verificada em 2023 e demonstra a resiliência da cooperação bilateral.
Paralelamente, o investimento directo italiano em Moçambique ronda actualmente os 200 milhões de euros, confirmando o país como um dos principais destinos do capital italiano em África.
O governante italiano destacou que Moçambique ocupa um lugar prioritário no âmbito do Plano Mattei, a estratégia de Itália para o reforço das parcerias com África.
“A parceria entre a Itália e Moçambique já assenta em bases sólidas, mas o potencial que ainda podemos explorar é imenso”, afirmou Silli,
Silli anunciou ainda que está em fase final a elaboração de um novo acordo-quadro de cooperação entre Moçambique e Itália, destinado a aprofundar e estruturar esta parceria estratégica.
Acrescentou que Roma pretende apoiar as empresas italianas presentes no país, fomentar o desenvolvimento da indústria moçambicana e promover um crescimento económico inclusivo e sustentável.
As declarações foram feitas durante uma mesa-redonda que reuniu representantes de 26 das maiores empresas italianas dos sectores de energia, engenharia, construção, logística, tecnologia, agroalimentar e inovação.
Entre os participantes destacaram-se entidades públicas e privadas de peso, como a Cassa Depositi e Prestiti, a Leonardo, a Fincantieri e a Saipem, bem como grupos privados como a Webuild, CMC, Renco, Bonatti e Inalca.
Do lado moçambicano, estiveram presentes representantes da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e da Agência Reguladora da Energia. Actualmente, empresas italianas como a Eni e a Saipem desempenham um papel central no sector energético, com destaque para o projecto Coral Norte FLNG, cujo investimento global ultrapassa os 7,2 mil milhões de dólares.
Outras empresas italianas operam em áreas como construção, agroalimentar, logística e tecnologias sustentáveis, contribuindo para projectos de elevado impacto socioeconómico.
(AIM)
Paulino Checo
