Maputo, 24 Jul (AIM) – Cerca de 61 por cento da população moçambicana sabe ler e escrever anunciou hoje, o presidente da República, Filipe Nyusi, na abertura da Conferência Nacional sobre Educação de Qualidade em Moçambique.
O evento, de três dias, decorre sob o lema: “Por uma Educação de Qualidade, Inclusiva e Equitativa, em Prol do Desenvolvimento Sustentável”.
O Presidente moçambicano explica que a percentagem de alfabetizados representa um crescimento significativo já que em 1975, ano em que Moçambique tornou-se independente, apenas sete por cento da população sabia ler e escrever.
“Passados 48 anos, e num país com um número da população cada vez mais a crescer, 61 por cento da população já sabe ler e escrever”, sublinhou Nyusi.
Num entanto, o estadista moçambicano alerta para a necessidade de equilíbrio entre a educação de qualidade e educação para todos.
Afirmou que um sistema de educação de qualidade tem, também, obrigação de preocupar-se com os que estão fora da escola.
“Os indicadores baixos do nosso ponto de partida, em 1975, não terminam nesses que mencionei [sete por cento da população alfabetizada]. No mesmo ano tínhamos apenas nove escolas secundárias em todo o país, hoje o número é de 2.450 escolas secundárias”, acrescentou.
Na ocasião, foi referido que, ao nível do ensino superior, o país tinha, à data da independência, apenas uma universidade, contra 56 instituições do ensino superior hoje existentes, das quais 22 públicas e 34 privadas.
Por isso, Nyusi sublinhou que a aposta do governo no ensino superior visa produzir quadros “altamente” qualificados para participarem activamente na promoção do crescimento e desenvolvimento socioeconómico nacional.
Através da investigação, referiu, os quadros deverão produzir soluções científicas e tecnológicas para atender aos desafios do quotidiano e que, por via da extensão universitária, promovam a transferência de tecnologias para as comunidades e para o sector produtivo.
No tocante aos factores críticos que afectam o sector da educação, o Presidente da República disse que tem que ver com a qualidade de formação dos principais actores de educação formal, com principal destaque para os professores, que continua sendo a área onde os progressos são limitados.
“Com o efeito, mais de 90 por cento dos professores possuem formação psicopedagógica, mas apenas cerca de 40 por cento dos professores da educação básica tem um diploma de bacharel”, disse.
Referiu que existe ainda um maior número de docentes do ensino superior que leccionam sem o nível de pós-graduação.
A esse desafio, segundo o Presidente, aliam-se outros como o acesso limitado aos livros didácticos, fraquezas no atendimento de alunos com necessidades educativas especiais; o elevado rácio professor/aluno; e o reduzido acesso ao serviço de educação pré-escolar.
(AIM)
SC/mz