Maputo, 17 Ago (AIM)- Uma empresa de segurança privada, suspensa e procurada pela Procuradoria Provincial da República na província de Sofala, centro de Moçambique, pode estar a operar ilegalmente na cidade de Maputo, capital do país, e na província meridional de Maputo.
Em Junho deste ano, o jornal O País reportou que a empresa Gigante Panda Segurança, pertencente a um cidadão chinês, de nome Jiye Zhuo, estava a operar ilegalmente na província de Sofala, depois de ter sido encerrada por ordens da Procuradoria Provincial, em Fevereiro último.
Nas suas diligências, a Procuradoria proibiu, segundo uma nota datada de 30 de Junho, que a empresa exercesse qualquer actividade de segurança em todo o território moçambicano.
Os donos da empresa são arguidos, indiciados no crime de branqueamento de capitais, segundo um documento que o jornal teve acesso.
O documento diz: “Correm trâmites, na Procuradoria Provincial da República em Sofala, autos de instrução sob número 559/07/2022, em que são arguidos Jiye Zhuo e Kaman Lau Ming Kwan, indiciados no crime de branqueamento de capitais”.
De acordo ainda com o documento, as empresas do ramo comercial detidas por Jiye Zhuo e Kaman Lau Ming Kwan não devem, igualmente, importar ou exportar qualquer mercadoria.
O “O País” percorreu alguns pontos da cidade e província de Maputo, onde viu os agentes afectos à Gigante Panda Segurança a trabalharem normalmente. Aliás, os mesmos contaram que sabem dos problemas que as empresas de Jiye Zhuo têm com a justiça, mas nada podem fazer, e relataram más condições de trabalho.
Num outro documento, emitido pelo Tribunal Aduaneiro da Província de Nampula, norte do país, a empresa Tiger Importação e Exportação, Lda, também de Jiye Zhuo, deve milhões de meticais ao Estado moçambicano, resultantes de multas acumuladas e não pagas desde 2022, mesmo depois de uma decisão judicial.
Contactado pelo jornal, o Ministério do Interior, que articula a actividade das empresas de segurança privada no país, fez saber que está ainda a estudar o “dossier” sobre a Gigante Panda Segurança.
A Associação das Empresas de Segurança Privada não reconhece a firma em alusão, porque não faz parte da agremiação, mas sabe que a mesma foi suspensa pelas autoridades.
(AIM)
FF