Maputo, 21 Jan (AIM) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a multinacional francesa TotalEnergies, executora do mega-projecto Mozambique LNG, retome as suas operações no início deste ano na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, face à melhoria das condições de segurança.
O FMI fez o seu vaticínio esta semana, num relatório sobre a aprovação, este mês, da terceira avaliação à implementação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF), em curso em Moçambique.
“As condições de segurança no norte de Cabo Delgado continuam a melhorar e espera-se o reinício do grande projeto de GNL (Gás Natural Liquefeito), que foi interrompido em Abril de 2021, ainda no início de 2024”, lê-se no relatório do FMI.
O terminal de gás natural que a “TotalEnergies” começou a construir em Cabo Delgado é considerado um dos maiores investimentos do género em África, mas a obra está parada desde 2021, na sequência dos ataques terroristas naquela província.
No relatório do FMI, que surge após o anúncio anterior da conclusão daquela avaliação e disponibilização de uma nova tranche de apoio financeiro, é referido que a economia moçambicana cresceu 5,9 por cento no final do terceiro trimestre de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, mas ainda “abaixo do potencial” e com o sector da construção a manter a contração.
Com a aprovação desta terceira tranche, os desembolsos totais a Moçambique ao abrigo deste ECF do FMI elevam-se para cerca de 273 milhões de dólares.
O programa ECF foi aprovado em Maio de 2022, e prevê um financiamento total de 456 milhões de dólares a Moçambique.
A próxima comunicação da “TotalEnergies” sobre os resultados de 2023 e anúncio de objetivos para 2024 está agendada para 7 de Fevereiro, segundo informação da petrolífera.
A TotalEnergies anunciou em Setembro passado que a petrolífera francesa planeava recomeçar as obras de construção da central de gás natural liquefeito no país, considerando que “a situação melhorou claramente”.
O presidente da multinacional, Patrick Pouyanne, disse na altura que considerava que a situação de insegurança que levou à suspensão dos trabalhos em 2021 “melhorou claramente”, permitindo o recomeço dos trabalhos na província de Cabo Delgado.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/dt