
Assinatura de acordo para a promoção da agricultura no Corredor de Nacala e Cabo Delgado, Norte de Moçambique
Nampula, (Moçambique), 30 Jan (AIM) –As agências de desenvolvimento dos Estados Unidos da América e da Suíça assinaram, segunda-feira, em Nampula, um memorando de entendimento no valor de 32,2 milhões de dólares, para a promoção da agricultura no Corredor de Nacala e Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
Denominado FTF Premier-Oholo (PRO), o programa será implementado entre Janeiro de 2024 e Junho de 2027, tendo como área de abrangência, Pemba (Cabo Delgado); os distritos de Nampula, Nacala, Meconta, Malema (Nampula); Alto Molócuè e Gúruè (Zambézia) e Cuamba, na província do Niassa.
O documento foi rubricado pela directora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (USAID), em Moçambique, Helen Pataki, e a chefe da Cooperação da Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (SDC), Ilaria Dali, na presença do governador provincial, Manuel Rodrigues, e dos embaixadores dos dois países parceiros acreditados em Maputo.
Assim, a USAID disponibiliza 25,5 milhões de dólares ao projecto Feed the Future-Premier e a SDC desembolsa 6,7 milhões para o projecto Oholo.
Dados na posse da AIM referem que os parceiros deste programa projectam beneficiar 112 mil pessoas, 50 por cento mulheres e 40 por cento jovens, criar 2.600 empregos e aumentar 30 por cento os rendimentos dos beneficiários.
O apoio cobre as cadeias de valor de produtos alimentares como: soja, milho, amendoim, ervilhas, mandioca, feijão, caju, gergelim e avicultura.
O governador da província de Nampula, que foi anfitrião do evento, afirmou que o memorando que criou o projecto de parceria entre a USAID e o SDC é um compromisso formal e de valor jurídico de dois parceiros que se comprometem em complementar as acções do governo.
Na província de Nampula, a mais populosa de Moçambique, com cerca de 6,5 milhões de habitantes, aproximadamente 70 por cento da população tem como principal fonte de renda a agricultura, por isso, entende o governante, o investimento no sector agrário e em toda a sua cadeia é uma das formas de catapultar a economia local.
“Acreditamos que o sucesso do projecto está em parte dependente da partilha de informações entre a equipa de implementação e os governos locais, incluindo o provincial. Esperamos igualmente uma planificação e monitoria conjunta das acções como forma de assegurarmos uma caminhada colectiva e o reforço da apropriação do projecto por parte das entidades governamentais locais”, anotou.
Disse também que, no final do projecto, gostaria de verificar que este fez a diferença e teve impacto visível no seio das comunidades beneficiárias, contudo, deixou um recado.
“Encorajamos, sim, a realização de seminários, mas atenção, quando necessários, porque gostaríamos de testemunhar a aplicação da maior percentagem do orçamento do projecto em acções concretas e não em gastos meramente administrativos”.
A administradora adjunta do USAID, Isobel Coleman realçou que, em 16 anos da existência da iniciativa “Feed the Future”, foram aprendidas algumas lições valiosas.
“Uma das lições é que uma coordenação bem-sucedida entre doadores, como a de hoje, permite-nos expandir o nosso impacto. A parceria PRO, entre a USAID e a Cooperação Suíça de Desenvolvimento ajudará os agricultores e os empresários de toda a cadeia de valor agrícola a passar da agricultura de subsistência para um sistema baseado no mercado”.
Por seu turno Alain Gaschen, Embaixador da Suíça em Moçambique, realçou a satisfação da colaboração oportuna com Estados Unidos neste projecto, mas principalmente o facto de apoiar a região norte, há quase meio século, para o seu desenvolvimento económico e social nas áreas de saúde, descentralização, desenvolvimento do sector privado, agrícola e financeiro e formação vocacional.
“Entretanto, em Moçambique é recorrente a discussão sobre a falta de coordenação nas acções de desenvolvimento entre actores dos sectores público, privado e de desenvolvimento; e de que forma isso afecta a eficácia dos investimentos efectuados? Em suma, podemos fazer melhor”, assinalou.
(AIM)
RI/dt