
Agricultura. Colheita de arroz. Foto de Ferhat Momade
Nampula (Moçambique), 05 Jan (AIM) – O programa Feed the Future (Promovendo Sistemas de Mercado Agrícolas Inovadores e Resilientes no Corredor de Nacala (FTF Premier) já tem disponíveis 25,5 milhões de dólares para financiar agro-processadores de sete distritos das províncias de Nampula, Niassa e Zambézia, centro e norte de Moçambique.
A entrega de candidaturas e outros detalhes decorre desde o dia 26 de Dezembro, na cidade de Nampula, sendo que o prazo de submissão expira a 08 de Fevereiro próximo.
A iniciativa, financiada pela Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID), será implementada ao longo de cinco anos nos distritos de Nampula, Malema, Nacala e Meconta, província de Nampula, Cuamba (Niassa) e Gurúè e Alto Molócuè, (Zambézia).
As cadeias de valor de interesse neste do projecto são o milho, soja, amendoim, feijão comum, feijão bóer, caju, gergelim, mandioca e aves.
Marc Steen, chefe do FTF Premier, afirma que implementação do programa poderá criar e melhorar 110 mil empregos, principalmente para mulheres e jovens.
O investimento máximo para cada empreendimento é de 250 mil dólares e o mínimo de 25 mil, de acordo com a envergadura dos mesmos.
“O propósito é aumentar a resiliência dos sistemas de mercados agrícolas no Corredor de Nacala para absorver, adaptar e responder a choques externos climáticos, económicos e políticos, reduzir a pobreza e melhorar a segurança alimentar”, informou.
Como suporte para o convite, Steen afirmou que o “FTF Premier”, pretende, através desta oportunidade de financiamento, alavancar o sector de agro-processamento e melhorar as condições de vida dos pequenos agricultores através das empresas, promovendo modelos de negócio inclusivos que acrescentem valor para o processador bem como para os pequenos agricultores e, deste modo aumentar os seus rendimentos.
“Convidar os processadores de alimentos, agregadores, exportadores, distribuidores de alimentos e outros actores relevantes da cadeia de valor agrícola que trabalham o milho, soja, sésamo, feijão, feijão bóer, mandioca, caju, amendoim e aves de capoeira, que realizam determinado tipo de processamento com interesse ou que já aplicam modelos de fornecimento inclusivo, bem como modelos de marketing inclusivo como produzir embalagens em tamanhos pequenos para torná-los mais acessíveis aos consumidores com baixo poder de compra, contribuindo para a sua segurança alimentar e nutricional”, acrescentou.
Além de capitalizar as oportunidades, o “FTP Premier” espera que as empresas de agro processamento, apresentem propostas que contribuam para a geração de rendimentos e emprego para mulheres e jovens.
“Entre outras, há vantagens na criação de empregos para mulheres e jovens, o aumento da utilização da capacidade de processamento, substituição das importações de géneros alimentícios de qualidade e nutritivos no Corredor de Nacala e disponibilidade de alimentos fortificados e livres de aflatoxinas”, enumerou.
Dados a que a AIM teve acesso referem que em geral, da produção agrícola no Corredor de Nacala, uma pequena percentagem é efectivamente processada localmente.
Destacam-se apenas dois dos oito produtos elegíveis nesta iniciativa: o caju e o milho, este último é responsável pelo maior número de processadores, especialmente os pequenos e médios.
A concentração do processamento no Corredor de Nacala em relação a outras regiões de Moçambique difere entre as cadeias de valor: enquanto a província de Nampula é o principal centro de processamento da indústria de caju do país, o processamento de milho e soja está concentrado no sul, principalmente o processamento de produtos importados.
(AIM)
RI/sg