Maputo, 13 Fev (AIM) – O Instituto para Democrática Multipartidária (IMD) apela aos partidos a apresentarem os seus candidatos à presidência da República, bem como para reflectirem sobre os desafios impostos pelas eleições gerais agendadas para Outubro próximo.
O IMD lançou o apelo na manhã desta terça-feira (13), em Maputo, durante uma mesa redonda que contou com a participação de representantes dos principais partidos políticos, académicos, órgãos eleitorais, deputados da Assembleia da República, e outras partes interessadas.
De acordo com o director de programas do IMD, Dércio Alfazema, as eleições autárquicas foram marcadas por várias irregularidades que levaram a contestação dos resultados eleitorais. Como resultado, as irregularidades acabaram afectando a qualidade, integridade bem como índices globais internacionais da democracia.
“As eleições gerais, legislativas e provinciais são mais complexas, estruturantes e elevam ainda mais a expectativa dos actores políticos, estamos com um calendário bastante apertado e, por isso, apelamos para que a agenda da democracia interna dos partidos políticos seja tratada com a necessária celeridade”, disse Alfazema.
A fonte aponta ainda a existência de uma tendência crescente de actos de corrupção, afectando o judiciários, incluindo procuradores e advogados.
O IMD aponta igualmente os progressos registados na manutenção da paz e segurança, destacando a conclusão do processo DDR, assim como início do mandato de Moçambique no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“O processo interno de eleição ou indicação de candidatos a Presidente da República deve decorrer num ambiente de transparência para os candidatos a serem identificados nestes processos, para que não venham a ser alvo de contestação interna e da opinião pública, até porque não faz muito sentido que os partidos políticos contestem os processos eleitorais quando os seus próprios processos internos não demonstram alguma transparência”, disse.
Por seu turno, o representante da Comissão Nacional de Eleições, Paulo Cuinica, fez saber que um dos exemplos de garantia para que o escrutínio eleitoral decorra da melhor forma possível é o envolvimento de todos actores, citando como exemplo a presente mesa redonda, promovida pelo IMD.
“Neste momento estamos a preparar instrumentos para realizar o recenseamento eleitoral, como sabem foi aprovado o calendário de recenseamento eleitoral, foi revista pontualmente a lei”.
Cuinica, ressalvou que actualmente está em curso processo de preparação e formação dos agentes eleitorais, tendo em conta que o material já está nas províncias.
“Só estamos a espera do momento para arrancar, disse “.
Já o jornalista e analista político, Tomás Vieira Mário, entende que as eleições autárquicas de 2023, foram vistas por muitos observadores como sendo as piores de sempre em Moçambique.
“Houve uma ideia de que todos órgãos relevantes de repente desaprenderam tudo”, afirmou.
(AIM)
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