
Lutero Simango, Presidente do Movimento Democrático de Moçambique
Maputo, 16 Fev (AIM) – O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição no país, exige a intervenção imediata da Procuradoria Geral da República (PGR) no caso de alegados desvios de fundos nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), companhia de bandeira nacional.
“A situação da LAM merece uma intervenção da Procuradoria Geral da República (PGR)”, disse hoje (16) em Maputo, o presidente desta força política, Lutero Simango, em conferência de imprensa para abordar vários temas da actualidade do país.
“A PGR deve intervir. Deve procurar saber que está a acontecer na LAM, não basta ouvir contraditórios na imprensa, é preciso que haja uma investigação para procurar a verdade”, sublinhou.
Simango diz que a situação que a LAM enfrenta é o reflexo daquilo que ocorre em muitas empresas estatais.
“O que está a acontecer na LAM, de acordo com as últimas informações a circular na praça, é uma amostra real daquilo que acontece e está a acontecer nas empresas públicas, uma corrupção generalizada”, disse.
“Não sabemos o que está a acontecer na EDM, Tmcel, Águas da Região de Maputo e tantas outras empresas onde o Estado tem suas participações e isso é grave”, acrescentou.
Simango diz que em meio a tantos outros problemas destaca-se o facto de a LAM operar com duas direcções.
“O que está acontecer na LAM hoje é que há duas direcções, duas agendas diferentes e isso é grave”, para de seguida explicar numa empresa não é possível manter duas direcções que funcionam em direcções opostas.
Por isso, Simango exige que se “defina com clareza quem está gerir a LAM”, pois “na nossa óptica o que está acontecer na LAM é amostra do que está a acontecer nas empresas públicas moçambicanas”.
Moçambique tem tudo para dar certo, mas isso não acontece porque devido a existência de indivíduos que estão ligados à corrupção que não só prejudicam às empresas, mas também milhões de moçambicanos”.
A indignação do MDM surge pelo facto de na segunda-feira ultima (12) a Fly Modern Ark (FMA), consultora sul-africana que está a restruturar a LAM, ter convocado uma conferencia de imprensa para denunciar a existência de vários desmandos na companhia de bandeira nacional que culminaram com um desfalque em Dezembro no valor de cerca de 3,2 milhões de dólares, apenas em um mês.
Os desmandos incluem o roubo de quantidades enormes de combustível.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Aviação Civil, Correios e Comunicações (SINTAC) já emitiu um comunicado de imprensa na quinta-feira exigindo a responsabilização exemplar dos sabotadores da companhia de bandeira nacional.
Entretanto, numa carta enviada terça-feira (13) ao ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, a direcção da LAM, representada pelo respectivo director-geral, João Carlos Pó Jorge, nega todas as acusações proferidas pela FMA.
(AIM)
CC/sg